Por Ibrahim Abdul Sani
Voo 352 - Euro atlântico
Sentado num lugar que dava acesso a porta de embarque. A forma como um agente do serviço SEF de Portugal estava a confrontar uma moça na entrada do avião, despertou a minha atenção
O agente tinha nas mãos o documento “supostamente” da senhora e fazia lhe alguns testes de apreciação, mandava-lhe baixar a máscara, levantar os cabelos, fazia-lhe fotografias, etc… As tantas mandou a senhora encostar.
Alguns minutos depois aconteceu mesmíssima coisa a outra moça. Já esta segunda, posso testemunhar, levava a mão documentos (passaporte e cartão de residência) também “supostamente dela”, mas, não era difícil ver que “aparentemente” nunca viajou. Sobretudo depois daquela abordagem na sua face estampou-se o estado espiritual e aflição que portava na alma.
Minutos depois, chegou um senhor sei lá do que serviço aeroportuário da Guiné-Bissau é, falou com as duas senhoras e saíram do avião de volta para autocarro.
Colado no teclado do telemóvel, passou alguns minutos levantei a cabeça, mais uma vez estavam encostadas duas pessoas, todas elas. E o procedimento foi tal como as primeiras, veio a mesma pessoa e puseram de volta. Assim, no voo 352 Euro Atlântico totalizaram quatro pessoas, com algumas irregularidades nos documentos, e pelo menos uma delas na posse de documento não próprio.
Irmã e irmãos, todos nós sabemos qual é insuportável viver na nossa terra “para muitos entre nós”, mas uma coisa é certa, não se matem para entrar Europa, através de viagens do mar, documentos falsos ou não próprios.
Nestas tentativas, somos susceptíveis de causar graves lesões (traumas psicológicos, excesso da ansiedade, desespero, etc.. ) que poderão deixar marcas irrecuperáveis nas nossas.
Se não podemos viajar de forma segura e legal, não se matem ou autodestroem, porque viver na Guiné-Bissau também é possível.
Boa sorte para nossas 4 irmãs.
Para, tu que também quer fazer o mesmo, aconselho-te desistir, kil kintes de SEF ku tá sta na porta de avion, é sibi faci se tarbadju dé, kaba kilas kata fala coitade, dissal i passa, ou papia di fidju di fulano.
Ibrahim Sani
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