Os partidos guineenses Madem G15, PRS e APU-PDGB acusaram a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) de parcialidade na crise política do país.
Num comunicado, enviado à imprensa, os três partidos, que suportam o Governo de Faustino Imbali, denunciaram o “comportamento autoritário e prepotente da delegação ministerial da CEDEAO em missão de contactos no país pela sua atitude de parcialidade e de desrespeito aos partidos com assento parlamentar, cujas legitimidades foram outorgadas pelo povo, através das eleições legislativas de 10 de março”.
A missão da CEDEAO que esteve no fim de semana em Bissau tinham inicialmente previsto encontros com os partidos com assento parlamentar, mas cancelou-os.
No comunicado, o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), o Partido da Renovação Social (PRS) e a Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) responsabilizam a “CEDEAO pelas consequências da sua mediação, caracterizada pela ligeireza, falta de objetividade, parcialidade e desrespeito ao chefe de Estado e demais atores políticos”.
O Madem-G15, PRS e APU-PDGB lembram que a Guiné-Bissau é um “país independente” e que a “sua soberania reside no povo e é inalienável”.
Os três partidos manifestam também solidariedade para com o decreto do Presidente José Mário Vaz que demitiu o Governo liderado por Aristides Gomes, porque, afirmam, há um novo acordo político de incidência parlamentar.
A Guiné-Bissau vive um momento de grande tensão política, tendo o país neste momento dois governos e dois primeiros-ministros, nomeadamente Aristides Gomes e Faustino Imbali.
O Presidente guineense deu posse no dia 31 de outubro a um novo Governo, depois de ter demitido o executivo liderado por Aristides Gomes em 28 de outubro, e afirmou no domingo que a sua decisão “é irreversível”.
A União Africana, a União Europeia, a CEDEAO, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e as Nações Unidas já condenaram a decisão do Presidente de demitir o Governo liderado por Aristides Gomes e disseram que apenas reconhecem o executivo saído das eleições legislativas de 10 de março, que continua em funções.
O Governo de Aristides Gomes já disse que não reconhece a decisão de José Mário Vaz, por ser candidato às eleições presidenciais, pelo seu mandato ter terminado em 23 de junho e por ter ficado no cargo por decisão da CEDEAO.
A missão da CEDEAO reforçou no domingo que a organização apoia o Governo de Aristides Gomes e voltou a ameaçar impor sanções a quem criar obstáculos à realização das presidenciais em 24 de novembro.
Por interlusofona.info
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