quarta-feira, 13 de novembro de 2019

ATENÇÃO CIDADÃOS ELEITORES DA GUINÉ-BISSAU AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS SOB UMA AMEAÇA DA FRAUDE ELEITORAL ANTECIPADA

Por Rei David 

Uma democracia multipartidària, com seu ciclo de eleições que se vão realizando de tempo em tempo, é bem melhor que a ditadura monolítica porque naquela a alternância no poder faz-se pacificamente, através das eleições que, como regra, devem ser livres justas e transparentes. Neste particular elas (eleições) se apresentam como a alma da democracia, na justa medida em que permitem ao povo avaliar e eleger para os cargos de responsabilidade política, de tempo em tempo, os cidadãos que, realmente, reúnam condições morais, éticas e intelectuais para o exercício dos referidos cargos.

Por isso mesmo as eleições devem ser livres justas e transparentes, sob pena da morte do sistema democrático.

No caso concreto guineense, sobretudo nestas eleições presidenciais a realizar-se em 24 de Novembro do ano em curso, importa dizer que se impõe um dever especial da liberdade, justiça e transparência eleitoral devido à sensibilidade e a delicadeza do momento em que ela se realizam.

Tentativa de fraude pode provocar um resvalamento do processo, com consequências imprevisíveis para a nossa jovem democracia, prematuramente, envelhecida pelo ciclo de sobressaltos de naturezas várias.

Por isso mesmo quero chamar atenção à CNE sobre um aspecto que, a meu ver, pode vir a ser um ponto de discórdia ou uma brecha que pode vir a tornar permeável o aparato antifraude montado para garantir a liberdade, justiça e a transparência eleitorais.

Refiro-me à falta de fixação de cadernos eleitorais ou melhor, a lista das pessoas recensiadas nas lugares onde funcionarão as assembleias de votos. É mister que o cidadão eleitor tenha a certeza de que votará no mesmo local ou assembleia onde votou nas últimas legislativas realizadas em Março último.

Chamo atenção para este facto porque já aconteceu em 2004. Muitos cidadãos eleitores ficaram privados de exercer o seu direito de votar em seu candidato porque, simplesmente, o seu nome não saiu no sitio onde foi recenseado, mas sim, noutro sitio bem diferente e nalguns casos, bem longe da sua zona de residência onde fora devidamente recensiado.

Se foi planeado intencionalmente ou não, não importa. O importante é que muita gente ficou sem votar por conta deste impecilho.

Ainda para mais ouviu-se comunicação do líder do PAIGC que disse temer que a abstenção nestas eleições venham a causar um desalento ao processo.

Ainda as eleições não se realizaram, nem existem indícios de que possa haver abstenção, mas já se fala em temor em relação à abstenção.

A boca fala do que a cabeça está cheia. A abstenção a que se refere não será imposta ao eleitor que, não vendo o seu nome no caderno eleitoral do sitio em que foi recenseado, acabe por não votar?

Todo o cuidado é pouco. Há que abrir os olhos e ver sem pestanejar!

Mantenhas di Guineendadi pa tudu fidjus di Guiné!

Rei David

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