CIPRIANO CASSAMA: “TENHO FEITO O QUE PAIGC ME ENSINOU”
Depois de anunciar a sua candidatura, o ex-presidente da Assembleia reflexiona sobre o seu futuro.
CIPRIANO CASSAMA, vive horas finque pela sua sobrevivência política. Depois de anunciar a sua candidatura para as próximas eleições presidenciais procura construir uma única coligação que integre a APU-PDGB, UM e o próprio PAIGC.
No entanto, tem tido que demitir como presidente de assembleia nacional e leva mais de uma semana sem falar com DOMINGOS SIMÕES PEREIRA que aposta em apresentar a sua própria candidatura para as contendas que se avizinham.
ENTREVISTA COMPLETA👇🏻👇🏻👇🏻
JOÃO do ROSARIO: É um traidor Sr. Cipriano?
CIPRIANO CASSAMA: Tenho feito o que PAIGC me ensinou. Quando as coisas não vão bem, é mais importante escutar os militantes de que os partidos, e há que se abrir.
É o que fizemos em 1998, o que fizemos no ano 2000, e o que nos levou a ganhar as legislativas do ano 2014. Não há ninguém que possa discutir que as coisas não iam bem [em PAIGC]. A imensa maioria da militância estava entre desânimo e órfã. Nesses momentos há que antepor a capacidade de construir uma maioria nova às necessidades do partido. E há que assumir o preço que isso custe. Eu o assumi.
JOÃO do ROSARIO: mas tem tomado esta decisão a costas de PAIGC ou comunicou-a previamente?
CIPRIANO CASSAMA: PAIGC ensinou-me que a comodidade dos partidos às vezes não está alinhada com a possibilidade de reunir a militância num só objetivo. A ninguém lhe pode surpreender esta decisão. Levo-o dizendo em conversas privadas e públicas com dirigentes do partido há muito tempo.
JOÃO do ROSARIO: Uma coisa são os artigos em imprensa, ou as declarações, e outra é propor estratégias nos órgãos internos dos partidos, que é onde se tomam as decisões. O fez?
Cipriano CASSAMA: Em 2015 já defendi de que havia que aprender de que algo se tinha feito melhor nas direcções anteriores [CADOGO obteve melhores resultados que DOMINGOS SIMÕES PEREIRA]. Ainda não tenho escutado uma só razão política que explique que o que tem sido bom na liderança de CADOGO pode ser aplicada para melhorar essa nossa direcção.
JOÃO do ROSARIO: Então, seus colegas não lhe responderam quando lhes fez a sua proposta?
Cipriano CASSAMA: Suponho que essa tese não convencia a todo mundo.
JOÃO do ROSARIO: Isto quer significar que, disseram-lhe que não?
Cipriano CASSAMA: Há muitas formas de dizer que não. Há uma forma que é deixar que o tempo passe. Hoje a militância exige recuperar a confiança em candidaturas amplas que ponham os interesses da cidadania acima das próprias siglas do partido, e estou a falar dumas que levo tatuadas. Temos que ser factor de reunião. Nos últimos tempos tínhamos diminuído a capacidade de falar com militância que têm ideias diferentes da direção superior do nosso partido. Queremos uma candidatura na que tem que caber Muçulmanos, Mandingas, Balantas, e todos guineenses.
JOÃO do ROSARIO: Como descreves tua candidatura ?
Cipriano CASSAMA: Minha candidatura tem como objectivo de reunir a todos militantes de PAIGC que decidiram abandonar o partido por intransigencia da direcção superior deste partido. Nos últimos anos faltou-nos ser um pouco mais permeáveis, escutar um pouco mais, reganhar um pouco menos, abrir-se um pouco mais, e fechar-se um pouco menos. Ou seja, de todo o necessário para transformar PAIGC. Sem isso, não me interessa
By Bissau Última-Hora
Sem comentários:
Enviar um comentário