quarta-feira, 22 de maio de 2019

O PARTIDO NÃO É O POVO, NEM O POVO É O PARTIDO

Por Fernando Casimiro

É preciso que os políticos guineenses saibam, de facto, o que é o Povo, quando se referem às decisões do Povo, tendo em conta as eleições legislativas, e as ilações que devem tirar das decisões desse Povo, depois das eleições legislativas.

O Povo não vota para que a sua representatividade delegada aos órgãos colegiais do poder político, sejam factores de disputas políticas desnecessárias e irresponsáveis, que ponham em causa o Interesse Nacional e a Satisfação das Necessidades Colectivas.

Que ponham em causa a Segurança e a Unidade, Nacionais!

O Povo não delegou nenhum poder de representação a nenhum Partido Político para a convocação de Reivindicações de Rua, em seu nome, por isso, é imperativo que os Partidos Políticos respeitem o Povo e não façam das suas decisões, Decisões do Povo; suas vozes, a Voz do Povo.

A "Casa do Povo" é a Assembleia Nacional Popular, por isso, é lá que a representatividade do poder delegado pelo Povo aos políticos deve ser debatida, discutida, negociada, votada, aprovada, chumbada, tudo, com base na legalidade democrática.

Quando o Povo não atribui uma maioria absoluta da sua Confiança a nenhum dos Partidos Políticos a quem conferiu votos que traduzidos em mandatos definem a composição da Assembleia Nacional Popular, a dita "Casa do Povo", e consequentemente (e posteriormente), a formação de um Governo, cabe às lideranças político-partidárias, por via de estratégias políticas suportadas pela visão e pelo sentido de Estado, assumir inteligentemente, o Compromisso para servir esse mesmo Povo e o País, entre a objectividade primeira da ambição eleitoral da conquista de um poder absoluto, e a necessidade imperiosa da visão pós-eleitoral, de promover a convergência política, assente na promoção do respeito pelas diferentes representatividades do poder em presença, tendo em conta o contexto de uma frágil/precária estabilidade política incapaz de garantir, uma estabilidade governativa a bem do Interesse Colectivo.

Uma visão e um sentido de Estado determinantes para a promoção de Diálogos Políticos Convergentes, visando a obtenção de Consensos Políticos, sem que isso signifique unanimidade de posicionamentos, ou implique a violação da Constituição e das Leis da República.

Na ausência dessa visão e desse sentido de Estado, por parte das lideranças político-partidárias, face ao realismo conjuntural de um clima de disputa extrema, promotora de tensões políticas, institucionais e sociais, cada vez mais agudizadas, a Guiné-Bissau continuará a perder e, consequentemente e directamente, o Povo Guineense, também!

Como escrevi uma vez: "Quando a Guiné-Bissau perde (e há muito que está a perder), perdem todos os Guineenses!

Positiva e construtivamente.

Didinho 22.05.2019

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