A Polícia da Intervenção Rápida (PIR) dispersou na manhã desta segunda-feira, 27 de maio de 2019, um grupo de estudantes guineenses que se encontravam na avenida “Unidade Africana” a marchar para exigir do executivo o funcionamento pleno de aulas novamente paralisadas faz mais de três semanas no âmbito das vagas de greves decretadas pelas organizações sindicais.
Uma centena de estudantes com a idade compreendida entre 14 e 18 anos iniciaram a marcha a partir do liceu “Rui Barcelos da Cunha”, percorreram a avenida “Unidade Africana” com dísticos e cartazes nas mãos, cantavam as canções que se resumiam em slogan ‘queremos ir à escola’.
Estudantes mobilizados pelo Coletivo dos Alunos das Escolas Públicas e Privadas foram despersos violentamente pelas forças de segurança com casquetes e cinturões. Em fuga, os jovens manifestantes invadiram o mercado de bandim e muitos comerciantes fecharam os seus estabelecimentos comercias, facto que levou a intervenção de forças de segurança.
Em declaração a’O Democrata, o presidente da Confederação Nacional das Associações Estudantis da Guiné-Bissau (CONAEGUIB), Mutaro da Silva, classificou a atuação das forças de segurança de brutal e violenta face à manifestação dos alunos, que segundo ele, estava a decorrer de uma forma pacífica e ordeira. Acrescentou ainda que a sua organização estava a monitorar a marcha dos estudantes e que tudo estava a decorrer pacificamente e não havia necessidade de uso de violência pelas forças de segurança.
Denunciou na entrevista detenções de três estudantes e dois casos de ferimento. Sublinhou neste particular que só se pode desenvolver um país com conhecimentos, pelo que no seu entender, é necessário um investimento na educação.
“Os atuais dirigentes querem nos silenciar! Criaram milícias nos movimentos estudantis, portanto decidimos que a próxima marcha será realizada a frente do ministério do Interior de forma a facilitar que nos batam”, assegurou para de seguida apelar aos pais e encarregados da educação no sentido de darem mãos ao Coletivo e Movimentos estudantis para que numa única voz se possa exigir a escola para seus filhos.
Sobre a necessidade de anulação do presente ano lectivo, Mutaro da Silva, afirmou que a sua organização não permitirá que seja anulado o presente ano letivo, tendo assegurado que a marcha vai continuar por enquanto prosseguir a greve.
Por: Epifânia Mendonça
Foto: Marcelo Na Ritche
odemocratagb.com
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