Um especialista em Ciências de Educação, Garcia Bedeta, defendeu hoje que o ano letivo nas escolas públicas da Guiné-Bissau devia ser considerado nulo pelo Governo por incumprimento de grande parte da matéria programada, devido às greves dos professores.
Para Bedeta, técnico sénior no Ministério da Educação guineense, das quinze unidades previstas para serem ministradas aos alunos "três ou quatro é que foram cumpridas" e quando assim é, acrescentou, não se pode considerar o ano letivo válido.
Os professores das escolas públicas da Guiné-Bissau têm estado em greves quase ininterruptas desde a abertura do ano letivo em outubro.
O especialista em Ciências de Educação, participa também na elaboração dos conteúdos, notou que "praticamente os alunos não tiveram aulas durante o primeiro período" e que o segundo período já vai no meio, sem que as aulas estejam em funcionamento.
"Do ponto de vista técnico, podemos afirmar que não há condições para validar o presente ano letivo. Agora do ponto de vista político, talvez sim", observou Garcia Bedeta.
Os alunos de várias organizações têm repetido em intervenções públicas que não vão admitir que o ano letivo seja considerado nulo e que se assim for vão realizar manifestações de rua e não vão votar nas eleições legislativas marcadas para 10 de março.
Na passada sexta-feira, milhares de alunos saíram às ruas de Bissau em protesto, depois de os professores terem admitido marcar uma nova greve.
Os três sindicatos dos professores entregaram segunda-feira um pré-aviso de greve para o período entre quinta-feira e 07 de março.
Os professores têm estado em greves para reclamar, entre outras reivindicações, o pagamento de salários em atraso.
Notabanca; 12.02.2019
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