quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Relatório da ONU: Governo sírio responsável por ataque com gás sarin

Investigadores da ONU disseram hoje pela primeira vez que o governo sírio foi responsável pelo ataque com gás sarin à localidade de Khan Sheikhun (noroeste da Síria) a 04 de abril, acusando Damasco de "crime de guerra"


Segundo o 14.º relatório da comissão de inquérito da ONU sobre a situação dos direitos humanos na Síria, divulgado hoje, "a 4 de abril, no âmbito de uma campanha aérea (...) as forças aéreas sírias utilizaram gás sarin, matando mais de 80 pessoas, a maioria mulheres e crianças".

A comissão rejeita a ideia de que os bombardeamentos aéreos teriam atingido um depósito com munições químicas.

"Todas as provas disponíveis permitem concluir que existem motivos razoáveis para pensar que as forças aéreas lançaram uma bomba pulverizando gás sarin", escreveram os investigadores, sublinhando que a utilização de armas químicas é proibida pelo direito internacional.

"A utilização de gás sarin em Khan Sheikhun a 04 de abril pelas forças aéreas sírias constitui crime de guerra", concluem.

Criada pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU em 2011, a comissão nunca conseguiu autorização de Damasco para de deslocar à Síria.

O ataque em causa também está a ser investigado por uma comissão conjunta da ONU e da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).

No final de junho, a OPAQ confirmou que tinha sido utilizado gás sarin naquele ataque, sem indicar responsáveis, mas referindo intensas pressões sobre os investigadores.

Segundo a comissão de inquérito, o ataque a Khan Sheikhun matou pelo menos 83 pessoas, entre as quais 28 crianças e 23 mulheres. Outras fontes indicam pelo menos 87 mortos, dos quais 30 crianças, no ataque que provocou uma vaga de indignação internacional e o primeiro ataque aéreo de Washington contra o regime de Bashar al-Assad (na imagem).

Por lusa

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