segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Troca de reféns e cimeira no Egito: Os avanços no cessar-fogo em Gaza... O presidente norte-americano, que possibilitou o cessar-fogo entre Israel e o Hamas, considerou que "é o fim da era do terror e da morte e do início da era da fé e da esperança e de Deus". As negociações para a segunda fase já terão também começado.

Por noticiasaominuto.com 13/10/2025

Foram vinte e quatro horas de um dia preenchido para a comunidade internacional, nomeadamente para Israel e o Hamas, que terminaram a primeira fase no acordo de cessar-fogo, proposto por Trump.

A troca de reféns por prisioneiros

Durante a manhã desta segunda-feira, Israel devolveu quase 1.968 prisioneiros palestinianos à Faixa de Gaza. O grupo de quase dois mil chegou a Ramallah, na Cisjordânia, em diversos autocarros, que, ao chegarem, foram recebidos por uma multidão de centenas em êxtase, onde sorrisos e lágrimas marcaram o momento.

Ao outro lado da fronteira, regressaram vinte reféns do Hamas (os últimos vivos em cativeiro) às mãos israelitas. O cenário a qe chegaram não foi muito diferente do que acontecia em Ramuallah, com famílias a reunirem-se com abraços apertados após dois anos de separação.

Veja aqui as imagens.

Como parte do acordo, foram ainda entregues a Israel quatro corpos de reféns que morreram durante o cativeiro. Inicialmente, estavam previstos ser entregues 28, contudo, o Hamas alega não ter a certeza de onde estarão os restantes.

A situação levou o ministro da Defesa de Israel a fazer uma publicação no X, onde acusava o Hamas de estar (já) a violar o acordo se atrasasse a entrega dos corpos.

"O anúncio do Hamas sobre o retorno esperado de quatro corpos hoje constitui um incumprimento dos seus compromissos", afirmou, dizendo que "qualquer atraso ou evasão deliberada será considerado uma violação flagrante do acordo e será tratado como tal".

Trump faz visita relâmpago a Israel: "Amanhecer histórico de um novo Médio Oriente"

Enquanto isso, no espectro político, o presidente dos Estados Unidos - cujo plano de 20 pontos foi o que possibilitou o cessar-fogo - dirigiu-se a Israel, logo pela manhã de segunda-feira, para falar perante o Knesset (parlamento israelita).

Donald Trump sublinhou que a guerra tinha terminado, escrevendo mesmo no livro de visitas do Knesset: "É uma grande honra para mim - um dia grandioso e lindo. Um novo começo".

No discurso, o presidente norte-americano começou por descrever a "grande honra" que é estar "num belo lugar", salientando que este "é o fim da era do terror e da morte e do início da era da fé e da esperança e de Deus".

"É o início do grande acordo e da harmonia duradoura para Israel e para todas as nações do que em breve serão uma região verdadeiramente magnífica. Acredito nisto, profundamente. Este é o amanhecer histórico de um novo Médio Oriente."

Num dos seus momentos de menor discrição, Trump deixou ainda escapar: "O Bibi [alcunha que dá a Netanyahu] ligava-me tantas vezes" a pedir armas, "tantas que Israel tornou-se forte e poderoso... e foi isso que abriu caminho à paz".

Momentos antes, o primeiro-ministro israelita tinha feito o seu próprio discurso, onde tinha deixado um agradecimento profundo a Donald Trump, "o melhor amigo que  Israel alguma vez teve na Casa Branca".

Trump ruma ao Egito onde assina acordo de paz

Terminada a visita relâmpago a Israel, Trump seguiu para o Egito, onde copresidiu uma cimeira sobre Gaza na cidade de Sharm El-Sheikh. Lá, mais de duas dezenas de líderes mundiais o esperavam.

Tiradas as fotografias, e terminados os cumprimentos diplomáticos, os governantes e representantes da comunidade internacional rumaram à sala de conferências onde, por fim, o acordo de cessar-fogo foi assinado: primeiro, pelo homem que o delineou, Donald Trump.

Durante o momento realçou: "Isto demorou três mil anos".

"Conseguimos o que todos diziam ser impossível. Finalmente há paz no Médio Oriente", declarou num discurso após assinar o documento.

"É o dia pelo qual as pessoas em toda a região e em todo o mundo têm trabalhado, lutado, esperado e rezado. É bonito ver um novo e belo dia a nascer. E agora começa a reconstrução", afirmou.

Donald Trump assina acordo de paz no Egito  © REUTERS/Suzanne Plunkett/Pool

Negociações para a segunda fase do acordo já começaram

Durante a visita, o presidente norte-americano anunciou também que as negociações para a segunda fase do acordo já tiveram início.

"Começou. Quer dizer, começou, no que diz respeito à fase dois. E, como sabem, as fases estão de certa forma interligadas", afirmou.

Nesta fase, foi acordado o cessar-fogo, a retirada gradual das forças israelitas, a entrada em massa de ajuda humanitária no enclave palestiniano e a troca de reféns por prisioneiros.

A segunda fase vai abordar a reconstrução do enclave, bem como o desarmamento do Hamas e a governação da Faixa de Gaza. O grupo palestiniano já disse não ter interesse em permanecer no governo do enclave, mas há relatos díspares quanto à sua disponibilidade para entregar as armas.

Já a reconstrução do enclave vai estar em debate numa cimeira, em breve, também no Egito, conforme foi anunciado pelo presidente do país durante o encontro.

Enquanto isso, o governo britânico anunciou ter já iniciado uma conferência sobre este tema, de três dias, em Inglaterra, e que conta com a presença de representantes da Arábia Saudita, da Autoridade Palestiniana e de doadores internacionais.

Foto de família na cimeira em Sharm El-Sheikh   © REUTERS/Suzanne Plunkett/Pool


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