Por: Odair Santos RFI.FR 16/12/2023
Em Cabo Verde, a tensão entre o Governo e a Presidência da República continua, com o chefe de Estado a considerar a situação normal, dizendo que estes incidentes ajudam a aumentar a literacia sobre a Constituição.
A falta de acerto de posições em matérias importantes para a vida do país e na arena internacional tem aumentado a tensão entre o Governo e a Presidência da República. Depois de algumas trocas de comunicados entre o chefe do executivo e do chefe de Estado, o Presdiente José Maria Neves, abordado pela imprensa, considerou como "importante" a tensão existente porque ajuda a ampliar o debate sobre os poderes do Presidente e do Governo.
“Esta tensão num país como Cabo Verde é importante porque acaba por aumentar a literacia da constituição. Hoje as pessoas começam a perguntar quais são os poderes do Presidente e os do Governo.E esse debate é enriquecedor e por outro lado mostra que as instituições estão a funcionar e que é preciso melhorar a cultura política-institucional dos diferentes atores políticos e a praticar a democracia que é um espaço de divergência mas também de construção de entendimentos sobre o essencial” disse José Maria Neves.
Muito mais contido, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, também abordado pela imprensa sobre a tensão entre o Governo e Presidência da República disse que as relações acontecem na normalidade constitucional.
“Nunca houve relações fora daquilo que é relações institucionais. É claro que os procedimentos são os que acontecem na normalidade constitucional. E isto é importante para o país” disse Ulisses Correia e Silva.
A abstenção de Cabo Verde sobre cessar-fogo em Gaza foi duramente criticada por José Maria Neves que tem reclamado do governo articulação com a presidência. Entretanto, alguns analistas avançam que o executivo de Ulisses Correia e Silva tem seguido a Constituição da República, que diz que quem dirige a política interna e externa do país é o Governo.
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