Por SIC Notícias 14/07/23
O Presidente russo ofereceu aos mercenários de Wagner a oportunidade de continuar a lutar, mas afastando Prigozhin , numa reunião poucos dias após o motim fracassado.
Vladimir Putin ofereceu aos mercenários do grupo Wagner a oportunidade de entrar no exército da Rússia, mas sugeriu que Yevgeny Prigozhin fosse afastado em favor de um comandante diferente.
Em entrevista ao jornal russo Kommersant, citada pela Reuters, o Presidente da Rússia diz que fez a oferta numa reunião com Prigozhin e com os combatentes do grupo Wagner apenas cinco dias depois da rebelião, no final de junho. Reforça ainda que o grupo Wagner não existe, já que não há, no país, legislação sobre organizações militares privadas.
Acordo e destino de Wagner envoltos em mistério
Inicialmente Putin prometeu esmagar o motim de 23 e 24 de junho, comparando-o com a turbulência do tempo de guerra que deu início às revoluções de 1917, mas horas depois foi fechado um acordo para permitir que Prigozhin e alguns dos seus combatentes fossem para a Bielorrússia.
O Kremlin disse na segunda-feira que Putin conversou com os comandantes de Wagner e Prigozhin numa reunião em 29 de junho, cinco dias após o motim. Os mercenários, disse o Kremlin, reafirmaram a sua lealdade a Putin.
Mas o Kommersant, um dos principais jornais da Rússia, publicou as declarações de Putin ao seu correspondente mais experiente no Kremlin, Andrei Kolesnikov, em que deixa transparecer que o futuro de Prigozhin e de Wagner está em dúvida.
"Mas Wagner não existe", disse Putin quando questionado se o grupo seria preservado como uma unidade de combate. "Não há lei sobre organizações militares privadas. Simplesmente não existe"
Putin relata detalhes da reunião no Kremlin
Putin relatou detalhes sobre a reunião no Kremlin de 29 de junho com 35 comandantes de Wagner, em que sugeriu várias opções para eles continuarem a lutar. Uma delas era afastar Prigozhin do comando para que fosse assumido por um elementos de Wagner, conhecido pelo nome de guerra "Sedoi" - ou “cabelo grisalho”.
"Sedoi" é um veterano altamente condecorado das guerras da Rússia no Afeganistão e na Tchetchénia. É de São Petersburgo, cidade natal de Putin, e já foi fotografado ao lado do Presidente.
“Todos eles poderiam ter-se reunido num só lugar e continuar a servir. E nada teria mudado para eles. Eles teriam sido liderados pela mesma pessoa que havia sido o seu verdadeiro comandante o tempo todo”, disse Putin, segundo o Kommersant.
Putin disse que muitos dos comandantes concordaram com a sua sugestão, mas Prigozhin, que estava sentado em frente, não aceitou.
"'Não, os rapazes não vão concordar com tal decisão'", disse Putin, citando Prigozhin.
As declarações não aparecem na transcrição oficial do Kremlin dos comentários que Putin fez a Kolesnikov e a um repórter da televisão estatal na quinta-feira. Prigozhin não respondeu a um pedido de comentário.
Prigozhin não é visto em público desde que deixou a cidade de Rostov, no sul da Rússia, em 24 de junho.
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