JORNAL ODEMOCRATA 29/03/2023
O régulo da região de Tombali, sul da Guiné-Bissau, Malam Sambú, revelou que devido à escassez da água potável na região, algumas pessoas que residem nas zonas críticas da ilha de Como e em Tombali de baixo estão a abandonar as suas zonas de conforto para procurar zonas 1 acesso à água.
Em entrevista telefónica esta quarta-feira, 22 de março, para falar da crise em volta desse líquido precioso, Malam Sambú revelou que os populares de Wedekeia atravessam diques de 400 metros e depois percorrem três quilómetros à procura da água na tabanca de Gã-Tona.
“Estamos a falar da água imprópria para o consumo humano. Água turva e incolor e a luta por esse líquido precioso é constante entre famílias e tabancas. Os furos construídos em diferentes localidades da Ilha não têm água de qualidade. A água está contaminada, porque contém um líquido salubre”, lamentou.
Sambú alertou que nessas condições, a população não pode cuidar da saúde, enquanto estiver a consumir água turva e incolor, como tem vindo a acontecer por vários anos que retiram água dos poços tradicionais e das lagoas improvisados nessas alturas do ano.
Segundo o régulo, os populares de diferentes tabancas da secção de Gã-Sala percorrem quilómetros e quilómetros para encontrar a água nas lagoas, onde os animais também vão saciar a sua sede.
Malam Sambú lamentou que as populações dessas zonas tenham sido abandonadas e isoladas do resto do país pelas autoridades nacionais.
Na sua mensagem alusiva ao dia mundial da água, o Ministro dos Recursos Naturais reconheceu que, apesar dos esforços do governo, o setor da água enfrenta grandes dificuldades.
Segundo os dados do inquérito (MICS 6/2019), estima-se que a cobertura atual dos serviços básicos de água a nível nacional seja de 67%.
Dionísio Cabi revelou que 3,6 biliões de pessoas no mundo tiveram acesso inadequado à água e que cada vez mais pessoas enfrentam secas no planeta terra. Neste sentido, convidou todos a repensarem as atitudes em relação ao uso e consumo da água.
Por: Filomeno Sambú
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