© Ukrainian Presidency / Handout/Anadolu Agency via Getty Images
Notícias ao Minuto 20/03/22
"Nós queremos viver. Os nossos vizinhos querem ver-nos mortos"
O presidente ucraniano afirma que o Kremlin está a utilizar a mesma justificação para invadir a Ucrânia que Hitler utilizou durante o Holocausto. Numa intervenção no parlamento israelita, questionou ainda o país do porquê de não ajudar a Ucrânia e não implementar sanções à Rússia.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, citou este domingo, numa intervenção no parlamento israelita, a antiga primeira-ministra de Israel, Golda Meir, e acusou a Rússia de “querer ver” o povo ucraniano “morto”.
“Vocês conhecem estas famosas palavras, qualquer judeu conhece estas palavras, o mundo inteiro conhece-as: ‘Nós queremos viver. Os nossos vizinhos querem ver-nos mortos. Esta não é uma questão que deixa muito espaço para concessões’”, afirmou Zelensky perante o Knesset, através de uma videoconferência.
A frase de Golda Meir, a primeira mulher a assumir o governo de Israel, entre 1969 e 1974, foi imortalizada durante a guerra do Yom Kippur, em outubro de 1973.
“A ameaça é a mesma para nós e para vocês”, frisou Zelensky. “A destruição total de um povo, de um estado, de uma cultura, e até do nome do seu próprio país, a Ucrânia.”
“Quero que ouçam isto e pensem nesta data: 24 de fevereiro, o início da invasão da Rússia na Ucrânia. Este dia já entrou para a história como uma tragédia para os ucranianos, para o povo judeu, para o mundo inteiro”, acrescentou.
E fez ainda uma associação com a criação do Partido Nazi alemão, que acabou por ser responsável pela morte de milhões de judeus: “No dia 24 de fevereiro, um partido nacionalista de trabalhadores foi criado na Alemanha, que tirou milhões de vidas, destruiu pessoas, tentou matar nações. 102 anos depois, a mesma ordem criminal foi feita para enviar tropas para a invasão da Ucrânia, que já ceifou tantas vidas.”
Durante a sua intervenção, o presidente ucraniano - descendente de uma família de judeus - lembrou que o Kremlin usou a mesma justificação para as suas ações que Hitler utilizou durante o Holocausto: uma “solução final”.
"Escutem o que diz o Kremlin. São as mesmas palavras, a mesma terminologia que os nazis usaram contra vós. É uma tragédia", afirmou.
Zelensky voltou ainda a apelar ao fornecimento de apoio militar. “O mundo inteiro sabe que os vossos sistemas antimísseis são os melhores”, lembrou. “O mundo inteiro sabe que vocês podem defender os vossos interesses nacionais. E vocês podem ajudar-nos a proteger as nossas vidas, as vidas dos ucranianos e dos judeus que vivem na Ucrânia.”
E questionou: “Por que é que não podemos receber armas vossas, por que é Israel não impôs sanções poderosas à Rússia ou não pressiona os negócios russos?”.
“A escolha é vossa, irmãos e irmãos, e vocês devem então viver com a vossa resposta, o povo de Israel”, atirou.
Assinala-se hoje o 25.º desde o início da invasão russa da Ucrânia. Segundo dados confirmados pela Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos 902 mortos e 1.459 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, até ao final do dia de sábado. Há ainda mais de 3,4 milhões de refugiados que fugiram para os países vizinhos.
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A invasão russa à Ucrânia começou há quase um mês. Os russos ganham terreno e cidades no leste do país e mantêm os ataques na região ocidental.
Mariupol, cidade no leste da Ucrânia, voltou a ser alvo de bombardeamentos. Uma escola convertida em abrigo para cerca de 400 pessoas foi atingida. Um lar de idosos, localizado em Lugansk, foi alvo de um ataque, que matou pelo menos 56 pessoas. Em Kiev, um bombardeamento fez cinco feridos, dois dos quais estão hospitalizados.
Zelensky deu uma entrevista à CNN, na qual reiterou a sua disponibilidade para negociar com Vladimir Putin. No entanto, o presidente ucraniano alertou que qualquer negociação falhada pode transformar este conflito numa “Terceira Guerra Mundial”...Ler Mais
Relatos indicam que pessoas com opiniões contra a invasão russa estão a ser convidadas a deixar os seus empregos. Caso não o façam, acabam despedidas.
Opiniões antiguerra estão a custar a alguns russos os seus empregos.
Segundo a BBC, que ouviu alguns destes casos, cidadãos russos, que se mostraram contra a invasão russa à Ucrânia acabaram por ter de se demitir...Ler Mais
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, descartou hoje que a utilização, pela Rússia, de mísseis hipersónicos na invasão da Ucrânia seja um "ponto de viragem" no conflito desencadeado por Moscovo, mas antes uma forma de "ganhar impulso".
"Não vejo isso como um ponto de viragem. Acho que a Rússia os usa [mísseis hipersónicos] para ganhar impulso. Vimo-los a atacar vilas, cidades e civis. Achamos que eles continuarão a fazê-lo, mas não acho que isso mude as regras do jogo", disse Austin, em entrevista à cadeia de televisão americana CBS, noticia a agência espanhola EFE.
O chefe do Pentágono alertou que se a Rússia vier a usar armas químicas ou biológicas na Ucrânia, isso será "um passo muito sério" e receberia "uma forte resposta dos Estados Unidos e da comunidade internacional"...Ler Mais
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