segunda-feira, 25 de abril de 2022

Cedeao envia força de 631 militares para a Guiné-Bissau

África 21 Digital com Lusa

A força de estabilização da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) na Guiné-Bissau será composta “num primeiro momento” por 631 militares e deverá chegar a Bissau “dentro dos próximos dias”, segundo fonte do exército guineense. De acordo com informação local, parte da força militar já entrou em território guineense.

A mesma fonte precisou que parte do contingente e a sua logística já se encontra no território guineense, tendo entrado a partir do Senegal na zona da fronteira com o setor de São Domingos, a cerca de 100 quilómetros a norte da Guiné-Bissau.

Um jornalista de uma rádio comunitária e moradores contactados em São Domingos confirmaram à Lusa que uma coluna de carros militares entrou naquela vila nas primeiras horas desta segunda-feira
e, desde as 13 horas (14:00 em Lisboa), que se dirige para Bissau.

Nas fotografias recebidas pela Lusa a partir de São Domingos, é possível ler que os veículos, camiões e carrinhas brancas, ostentam distintivos com a palavra Ecomib (força de estabilização da CEDEAO que esteve na Guiné-Bissau entre 2012 e 2020).

A fonte militar em Bissau precisou que a nova força não se vai chamar Ecomib, embora, na prática, tenham as mesmas missões: proteção física das autoridades eleitas, das figuras políticas de relevo e ainda garantir segurança às instituições da República.

A fonte desconhece quanto tempo a força irá permanecer na Guiné-Bissau e qual a sua composição em termos de países.

A força será instalada junto ao regimento da banda de música das Forças Armadas guineenses, na zona da base aérea de Bissalanca, a oito quilómetros do centro de Bissau, e terá o seu comando nas instalações do Ministério da Defesa guineense.

Os chefes de Estado e de Governo da CEDEAO decidiram enviar uma força de apoio à estabilização para a Guiné-Bissau, depois do atentado de 01 de fevereiro contra o Palácio do Governo, em Bissau, quando decorria um Conselho de Ministros com a presença do Presidente, Umaro Sissoco Embaló, e o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam.

O Presidente considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado que poderá também estar ligada a “gente relacionada com o tráfico de droga”.

As autoridades detiveram cerca de 60 pessoas, segundo dados da Liga Guineense dos Direitos Humanos.


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