O Secretário-Geral da Agência de Gestão e Cooperação da Zona Marítima de Exploração Conjunta entre a Guiné-Bissau e o Senegal (AGC), Inussa Balde, negou este sabádo, 27 de novembro de 2021, que exista um acordo de exploração de petróleo entre a Guiné-Bissau e o Senegal. Contudo, disse que o acordo assinado é da cooperação e gestão entre os dois países.
Inussa Baldé fez essa afirmação durante a conferência de imprensa, realizada num dos hotéis de capital para fazer balanço da sua missão à Guiné-Bissau, na qual disse que os trabalhos da AGC estão indo bem, Informando que há um processo em curso desde o ano passado sobre exploração de petróleo, em que o Chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, está engajado.
Lembrou que, em 1993, foi assinado o primeiro acordo de gestão e cooperação, devido à vontade que prevalecia, na altura, entre os dois chefes de estados, adiantando que após os resultados contenciosos arbitrados por tribunais internacionais sobre o assunto, os dois chefes de Estados, na altura, resolveram criar aquele acordo de cooperação num clima de boa vizinhança para que a zona comum marítima fosse gerida sem sobressaltos, resultando em um acordo de 85% para Senegal e 15% para a Guiné-Bissau.
Por isso, Inussa garantiu que até ao momento, não há um documento atualizado de acordo.
“Neste momento o que posso dizer é que há boas relações entre o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e o Presidente do Senegal, Macky Sall. Enquanto chefes de Estados, analisando a forma como o primeiro acordo foi assinado, tendo em conta o contexto atual, os avanços em termos de trabalho na zona, resolveram retomar este processo de atualização do acordo de cooperação e de gestão, e não o acordo de exploração de petróleo como as pessoas estão a dizer. Nas negociações, o chefe de estado guineense trabalha seriamente para que tenhamos, no mínimo, 30% e só nestas condições que o Presidente da República vai anunciar esse acordo oficialmente” sublinhou.
Inussa Baldé assegurou que para além de 30% de que a Guiné-Bissau possa conseguir, há possibilidade de aumentá-la, se a descoberta de petróleo na zona conjunta for de 60 mil quilómetros quadrados, argumentando que as partes sentarão à mesa para renegociarem a partilha concreta da descoberta, e apela à compreensão das pessoas sobre o processo em curso.
O responsável da AGC sublinhou que o Chefe de Estado guineense nunca tomou decisão de assinar um novo acordo ou de renovar o existente, desde o ano passado que o assunto está a ser debatido.
Inussa Baldé apelou às autoridades nacionais para negociar e assinar acordo para que haja a paz naquela zona conjunta, a fim de os recursos possam ser explorados, afirmando que não há outro caminho, porque “a Guiné-Bissau terá muito a ganhar com aquela cooperação, tendo em conta a necessidade do país neste momento”.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
Sem comentários:
Enviar um comentário