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Notícias ao Minuto 20/04/21
Os rebeldes chadianos, que têm liderado uma ofensiva contra as autoridades do país ao longo dos últimos dias, prometeram hoje marchar sobre a capital depois da morte do chefe de Estado, Idriss Déby Itno, cujo funeral se realizará na sexta-feira.
Os rebeldes rejeitaram "categoricamente" o conselho de transição liderado pelo filho de Idriss Déby Itno, que morreu vítima de ferimentos sofridos no fim de semana, enquanto comandava o Exército na luta contra estes, no norte do país.
"Rejeitamos categoricamente a transição (...), tencionamos continuar a ofensiva", afirmou o porta-voz do grupo Frente para a Alternância e Concórdia no Chade (FACT, em francês), à agência France-Presse (AFP), acrescentando que "o Chade não é uma monarquia".
"As nossas tropas estão a caminho de Ndjamena, mas estamos a deixar 15 a 28 horas para os filhos de Déby enterrarem o seu pai, como é tradição", referiu.
A 11 de abril, dia das eleições presidenciais, que Déby ganhou na primeira volta, o grupo político-militar chadiano FACT fez uma incursão no norte do país, a partir da Líbia.
As autoridades chadianas anunciaram hoje também que as exéquias nacionais de Déby terão lugar na sexta-feira em Ndjamena, antes de este ser enterrado na sua região natal.
"As exéquias oficiais do marechal do Chade, Presidente da República (...) Idriss Déby Itno, falecido em 19 de abril, terão lugar na Praça da Nação, na sexta-feira, 23 de abril", refere um protocolo da Presidência chadiana.
A declaração assinala que o chefe de Estado chadiano morreu na segunda-feira e não hoje, conforme anunciado de manhã pelo Exército, assinalando que o óbito foi registado pouco depois das 21:00 locais (mesma hora em Lisboa).
Após as honras militares e vários discursos, será realizada uma oração na Grande Mesquita de Ndjamena, seguindo, depois, os restos mortais de Déby Itno de avião até a aldeia de Amdjarass, perto da sua cidade natal de Berdoba.
Idriss Déby Itno, 68 anos, um oficial militar de carreira que tomou o poder em 1990 num golpe e foi promovido ao posto de marechal de campo em agosto último, foi reeleito no passado dia 11 para um mandato de seis anos com 79,32% dos votos, de acordo com os resultados provisórios anunciados na segunda-feira à noite pela comissão eleitoral nacional.
Ministros e oficiais de alta patente deram conta na segunda-feira que o chefe de Estado tinha visitado a linha da frente para se juntar ao seu exército, que enfrentava uma coluna de rebeldes, que tinham lançado uma ofensiva a partir de bases recuadas na Líbia no dia das eleições.
Os confrontos entre os rebeldes e o Exército chadiano no maciço de Tibesti, que faz fronteira com a Líbia, são frequentes.
Em fevereiro de 2019, uma outra incursão com o objetivo de derrubar Idriss Déby Itno, foi travada pela intervenção de caças bombardeiros da força aérea francesa, solicitada por Ndjamena.
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