Bissau, 03 Fev 21 (ANG) – A Secretária de Estado da Gestão Hospitalar disse hoje que a mudança do sistema de saúde pública guineense como desejável, deve ser feita de uma forma gradual e paulatina, envolvendo a todos.
Cornélia Aleluia Lopes Man falava numa entrevista exclusiva à ANG sobre os projectos em manga para dotar o Hospital Nacional Simão Mendes de meios materiais e humanos, de forma a aumentar a sua capacidade de atendimento de pacientes.
“Apesar de esta unidade hospitalar ser a maior do país, não é o único na Guiné-Bissau onde as pessoas podem recorrer e receber assistência, ou seja quando se fala da saúde tem que ser ao nível nacional”, disse aquela responsável.
Cornélia Man afirmou que, em termos dos recursos humanos, têm em manga a colocação de novos técnicos qualificados neste estabelecimento de saúde pública de forma a dotá-lo de mais capacidade de atendimento.
“Em termos de equipamentos todos nós sabemos que estamos na Guiné-Bissau e assistimos a atenção dada à este hospital pelo actual Governo. O certo é que um sistema débil ao longo de décadas por mais vontade de fazer algo para mudar o que existe, não seria possível fazê-lo nos 11 meses”, disse.
A secretária de Estado da Gestão Hospitalar disse que a melhoria de condições tem o seu processo e que quando se trata dos recursos humanos o processo torna ainda mais longo, uma vez que, hoje em dia, em qualquer que seja a área não basta só formar as pessoas, mas sim, é necessário a sua capacitação ou reciclagem permanente, caso contrário ficam desatualizadas.
Salientou que existem poucas especialistas no sector de saúde, acrescentando que, por isso a responsabilidade é acrescida e tudo isso está em carteira.
“Ou seja ainda não se deve falar da revolução, mas sim, de um processo que passa ainda fundamentalmente pela mudança de mentalidade”, considerou.
Segundo Lopes Man, esta mudança deve envolver a todos ou seja deste os técnicos até aos utentes das estruturas sanitárias, frisando que o sistema das finanças do país ainda não consegue cobrir, na totalidade, as despesas do sistema de governação e o que Estado tem de recorrer aos parceiros para poder cobrir as suas despesas .
“Apesar de tudo não sinto desmotivada no exercício das minhas funções uma vez que na minha perspectiva a Guiné-Bissau e as populações estão em primeiro, como sempre digo que estamos nesta função como guineenses e que, em certa altura, foram dadas uma certa responsabilidade e vamos o assumir enquanto povo e dirigente”, disse.
Cornelia Aleluia Lopes Man pede aos profissionais de saúde e terem em conta, em primeiro lugar, o profissionalismo e depois o dinheiro como conta as teorias administrativas, ou seja o dinheiro satisfaz as necessidades, mas não motiva os trabalhadores, salientando que, o que conta é o reconhecimento.
defendeu que, para as pessoas serem reconhecidas, têm, acima de tudo, de ser um “profissional de verdade”.
“E os utentes das estruturas sanitárias devem saber que a Gestão Hospitalar como tutela não é só da responsabilidade da Secretaria de Estado. Significa implicação e envolvimento de todos, ou seja os utentes devem saber como usar as estruturas de saúde”, referiu.
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