A situação é cada vez mais complicada na Radiodifusão Nacional (RDN) da Guiné-Bissau, e os funcionarios estão cada vez mais “fartos” dos desmandos e “autoritarismo” do diretor do órgão, Mama Saliu Sané, denunciam ao Capital News, fontes da emissora pública guineense.
“Se o diretor da Rádio aparecer na reunião da redação da próxima segunda-feira (11.01), vai ouvir o que merece. Há funcionários dispostos a dizer-lhe verdade”, alerta um funcionário da Rádio Nacional.
Em conversa com o CNEWS, um dos jornalistas, que há muitos anos trabalha na RDN, revelou vários episódios, que nos últimos tempos teriam sido protagonizados pelo diretor da Rádio, o que teria motivado uma revolta dos jornalistas e apresentadores da estação pública.
Entre várias revelações, a fonte aponta a substituição dos animadores, que alegadamente não estão dispostos para servir os interesses de Mama Saliu Sané e dos seus mandantes (o atual regime).
“Adilson Pereira (DJ. Apú) foi substituído sem que ninguém entendesse, do programa matinal e para o seu lugar foi chamado Edmilson Queba Dabó, que transformou o espaço que era só de animação e informação, num lugar de propaganda e de julgamento dos cidadãos”, começou por dizer.
A fonte prossegue ainda e explica:
“Se Edmilson Queba Dabó não está, é substituído por Kevin Seco Turé. E se este substituto não está disponível, ninguém mais é chamado. É tudo montado por interesses”, disse.
Um dos casos mais recentes, relatados ao Capital News, pela fonte, “é o ataque e acusações organizados no mesmo programa matinal, esta sexta-feira, contra o secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), Júlio Mendonça, acusado de todas as formas no programa e dito que é militante do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo (PAIGC). Esta forma vai contra os princípios da Rádio Nacional, que não pode assumir essa postura a favor de uns e contra outros cidadãos nacionais.
Outra fonte da RDN, contactada pelo CNEWS, reprova a postura, gestão e liderança de Mama Saliu Sané, denunciando, por sua vez, a substituição do jornalista António Braima Sissé, do turno da manhã, para o da tarde, depois de uma discussão com o diretor, Mama Saliu Sané.
“Ele (o diretor) instruiu Braima Sissé a servir de comentador político na Rádio, para atacar os adversários do governo. Este recusou e foi imediatamente transferido para o turno da tarde”, denunciou.
“Há uma única viatura de reportagem a funcionar e duas (um do transporte do pessoal) estão paralisadas, sem uma explicação da direção da Rádio. O Estado dá, à Rádio, mensalmente, mil litros de combustível. Não há grupo de gerador e nem viaturas a funcionar. Onde param os litros de combustível?”, questionou um funcionário da RDN.
O Capital News tentou ouvir a reação do diretor da Radiodifusão Nacional, mas Mama Saliu Sané diz-se indisponível para prestar quaisquer declarações, ao Capital News, embora garanta que esteja de consciência tranquila.
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