© Fabrice Coffrini/Pool via REUTERS
Por LUSA 19/11/20
O chefe do estado-maior do exército etíope acusou hoje o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, de fazer campanha pela região de Tigray, onde as forças locais estão em confronto com as tropas federais.
Oetíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, originário da região de Tigray, "trabalhou em países vizinhos para condenar a guerra" que o Governo federal da Etiópia tem travado contra as autoridades regionais de Tigray desde 04 de novembro (...), e "trabalhou para lhes obter armas", disse o general Berhanu Jula numa conferência de imprensa.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) "não negligenciou nenhuma via" para ajudar a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), partido no poder na região de Tigray e que desafia a autoridade do Governo federal há vários meses.
"Esse homem é mesmo um membro da equipa" da TPLF, acusou o General Berhanu.
Tedros Adhanom Ghebreyesus foi ministro da Saúde de 2005 a 2012, no governo de Meles Zenawi, chefe histórico da TPLF e que detinha muito poder em Adis Abeba.
"O que podemos esperar dele? Não esperamos que se alie ao povo etíope e condene" as autoridades de Tigray, acrescentou.
O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed Ali, que assumiu o cargo em 2018 e ganhou o Prémio Nobel da Paz no ano seguinte, lançou em 04 de novembro uma operação militar em Tigray contra as forças da TPLF, que acusa de tentarem desestabilizar o Governo Federal e de ter atacado duas bases militares etíopes na região, que as autoridades regionais negam.
Não há qualquer balanço preciso da ofensiva militar, que entrou na terceira semana e envolve bombardeamentos aéreos, e a região está virtualmente isolada do mundo.
No entanto, os combates custaram várias centenas de vidas e, de acordo com o chefe da Comissão de Refugiados do Sudão, forçou pelo menos 36.000 etíopes a fugir para o país vizinho.
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