O número de mortos nos confrontos entre polícia e manifestantes, em Bamaco, capital do Mali, subiu para 11, disse hoje um responsável das urgências de um grande hospital da cidade.
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Uma avaliação anterior referia pelo menos sete mortes na sequência dos protestos que decorreram na capital do Mali, com os manifestantes a apelarem a uma mudança de poder.
"De sexta-feira ao meio-dia até domingo, temos um total de 11 mortes", disse o funcionário do hospital, sob anonimato devido à sensibilidade dos dados numa situação de instabilidade política, citado pela agência France-Presse.
O Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keïta, anunciou também hoje, a dissolução do Tribunal Constitucional, decisão interpretada pela imprensa local como uma tentativa de acalmar a agitação civil.
O tribunal estava no centro da controvérsia, depois de ter anulado os resultados provisórios das eleições parlamentares, em março.
O Presidente, conhecido como IBK, anunciou ainda que admite repetir a votação em áreas do país onde os resultados ainda são contestados, mas crescem os pedidos para que renuncie ao cargo de Presidente da República.
Os opositores têm expressado nas ruas o descontentamento com a maneira como o chefe de Estado lidou com o longo conflito 'jihadista' no Mali, agravado pela crise económica e a disputa sobre o resultado das eleições.
Os malianos foram às urnas para escolher os novos membros do parlamento em plena pandemia provocada pelo novo coronavírus, em 29 de março, poucos dias depois de um líder da oposição ter sido raptado junto com membros da sua comitiva eleitoral. A afluência às urnas rondou apenas os 35%.
As mais recentes concessões de IBK surgem como uma resposta aos manifestantes antigovernamentais que começaram a sair às ruas há mais de um mês para pedir que deixe o cargo, dois anos antes do final do seu mandato, que começou em 2013.
As mortes de sábado, em Bamaco, ocorreram em confrontos policiais com membros do novo coordenador do "Movimento do 05 de junho - Reunião das Forças Patrióticas" (M5-RFP), que reúne a maior parte da oposição a IBK.
O M5-RFP é integrado por religiosos, políticos e personalidades da sociedade civil.
Esta contestação já se havia feito sentir na sexta-feira, quando se registou um morto e 20 feridos e ocorreram incidentes na sede da Assembleia Nacional, cuja dissolução tem vindo também a ser pedida pelos manifestantes.
LUSA
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