Fonte: Domingos Simões Pereira
Sem Governo, por pura pirraça e vingança de Jomav pela derrota nas urnas dos seus preferidos, o FMI e o Banco Mundial podem sair do nosso país sem ter o que fazer. As consequências serão dramáticas para o nosso povo.
Leia atentamente.
FMI e Banco Mundial no país, mas sem governo com quem dialogar.
Chegou ao país a sempre muito aguardada missão do FMI e neste caso seguida da missão do Banco Mundial. Conhecidos como as instituições de Bretton Woods, servem sobretudo de indicadores da normalidade institucional e financeira de um país e portanto em condições de fazer negócios com os principais parceiros. Portanto, a data não foi escolhida por acaso. Todos os que acompanham a situação económica e financeira do país, sabem que ela é catastrófica e necessita de uma injeção imediata e importante, não só para evitar o colapso como para salvar as promessas de ajuda para o desenvolvimento. Então os responsáveis dessas instituições, muito requisitados pelo mundo inteiro, tentam dar um sinal de atenção e apoio aos povos que assumem o respeito das regras democráticas e vêm a Guiné-Bissau numa altura em que, tendo realizado eleições há 58 dias, deveria já ter o governo constituído e em pleno funcionamento.
Chegam e encontram o vazio e correm o risco de não poder negociar com ninguém, pois o atual governo é cessante e de poderes limitados e, o resultante das eleições não está nomeado. Que fazer? Como contornar mais este embróglio gratuitamente criado pelos guineenses?
Enquanto se procuram respostas, sejam aqui recordadas só algumas das implicações de um eventual insucesso desta missão:
Não podendo realizar a missão, esta pode resultar num fracasso e a próxima nunca seria possível antes do final deste ano, na melhor das hipóteses;
Sem avaliação não há programa de referência e, sem programa de referência não há ajudas imediatas nem há autorização para contrair empréstimos;
Sem programa de referência fica absolutamente comprometida a confirmação dos recursos prometidos em Bruxelas na mesa Redonda. Ou seja, que o Terra Ranka fica em risco;
Com o acima descrito, a convulsão social por falta de cumprimento do Estado deixa de ser uma ameaça e passa a ser uma realidade inevitável: falta de serviços básicos, greves, ameaças de instabilidade, etc. ;
Ou seja, ao não permitir nem proceder à nomeação do Primeiro-ministro, o Presidente da República tenta inviabilizar o país e criar o caos social, convencido de que daí virão benefícios imediatos e a médio prazo – não só complica a ação de quem foi escolhido para governar como pode melhorar as suas chances de voltar a merecer a preferência do eleitorado guineense.
Talvez seja o momento de lembrar ao Senhor Presidente da República que este povo não é burro e está desperto para acautelar e tomar conta do seu destino.
Por Susana Garcia
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