O Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) lançou hoje em Bissau um dispositivo de apoio ao financiamento de pequenas e médias empresas que se deparam com dificuldades no acesso ao crédito, segundo as conclusões do próprio banco.
De acordo com o BCEAO, banco que cobre os oito países da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA), entre os quais a Guiné-Bissau, apesar de as pequenas e médias empresas (PME) representarem "80 a 90% do total de empresas recenseadas" na união, a sua contribuição para o desenvolvimento da economia e criação da riqueza "é ainda limitada".
As dificuldades no acesso ao crédito, constituem-se como fator determinante para aquela realidade, reconhece Tiemoko Koné, presidente do BCEAO, na sua mensagem, lida hoje por um colaborador do banco, em Bissau, durante a cerimónia de apresentação pública do "dispositivo PME".
Vicente Fernandes, ministro do Comércio, Turismo e Artesanato guineense, que representou o Governo no ato, saudou a iniciativa do banco central dos Estados da África Ocidental e afirmou que o dispositivo vai ao encontro de um conjunto de reformas em curso no setor financeiro do país.
Já Rómulo Pires, presidente da associação de profissionais de bancos comerciais e instituições financeiras da Guiné-Bissau, lamentou a situação de informalidade da maior parte das empresas e disse ser este o motivo para o entrave na concessão do crédito.
O líder da associação dos cinco bancos comerciais existentes na Guiné-Bissau, espera que o "dispositivo PME" vai ajudar a capacitar as empresas, ajudá-los a ter planos de negócios, a terem uma contabilidade organizada e ainda a apresentarem, periodicamente, as suas contas.
A partir daqueles elementos, os bancos saberão avaliar melhor os riscos antes de conceder ou não o crédito, assinalou Rómulo Pires.
Mas para que o dispositivo ora lançado possa ter eficácia, Pires adiantou ser necessário a colaboração do Estado, nomeadamente dando celeridade à justiça no momento de execução de ordens do tribunal perante o incumprimento de dividas, promovendo a reforma fiscal, para evitar a sobrecarga às empresas formalizadas e ainda, reforçando a bancarização das operações financeiras no país.
dn.pt/lusa
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