O Presidente da República, José Mário Vaz, anunciou na noite desta terça-feira, 31 de julho 2018, o levantamento de sanções a figuras políticas guineenses, personalidades civis e altos titulares de órgãos públicos pela Comunidade Económica dos Estados de África Ocidental (CEDEAO).
O levantamento das sanções aplicadas às personalidades políticas a 05 de fevereiro do ano em curso, que na altura estariam a dificultar a implementação do “Acordo de Conacri” assinado em outubro de 2016 com o objetivo de acabar com a crise política e parlamentar, foi decidido pelos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO durante a 53ª Cimeira realizado em Lomé, capital do Togo, que tinha como agenda a revisão dos relatórios, com foco em discussões sobre a moeda única que a organização pretende criar bem como a situação política da Guiné-Bissau e do Togo.
À sua chegada ao aeroporto internacional Osvaldo Vieira, José Mário Vaz explicou à imprensa que já não havia sancionados na Guiné-Bissau e que as sanções já teriam sido levantadas.
“Não foi fácil, foi um trabalho de todos os guineenses! Todo o resultado que conseguimos foi a partir do primeiro-ministro do consenso e do governo de inclusão que depois permitiu a reabertura da Assembleia Nacional Popular, fechada há três anos. Isso permitiu a nomeação, discussão e aprovação dos membros da Comissão Nacional de Eleições, como também a apresentação e a aprovação do Orçamento Geral de Estado”, referiu o Chefe de Estado guineense.
Assegurou que conseguiu-se colocar novamente a imagem do país num outro plano, advertindo que “é importante não nos deixarmos cair na tentação de criar imagens negativas ao ponto de voltarmos a onde saímos”.
Sobre as eleições legislativas, José Mário Vaz disse que o gap de cinco milhões de dólares norte-americano para o fecho de orçamento das eleições de 18 de novembro foi coberto pela União Económica Monetária Oeste Africana (UEMOA) e pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
“A UEMOA vai dar uma contribuição de um (1) milhão de dólares e a CEDEAO vai fechar o gap com 1.5 milhões de dólares. É verdade que esse dinheiro é para fechar, mas não consegue fechar na totalidade porque há muitos trabalhos a fazer durante o processo eleitoral”, informou o Presidente da República, que entretanto, aproveitou a ocasião para apelar aos guineenses para irem se recensear, de forma a poderem votar.
Confira a lista de políticos que a CEDEAO tinha sancionado:
1 – Braima Camará, Coordenador do Grupo de deputados dissidentes do PAIGC (Grupo 15); 2 – Rui Diã de Sousa, (Grupo 15)3 – Soares Sambú, (Grupo 15); 4 – Abel da Silva Gomes, (Grupo 15); 5 – Manuel Irénio Nascimento Lopes (Grupo 15); 6 – Eduardo Mamadu Baldé, (Grupo 15).
A nível do Partido da Renovação Social (PRS), seis (06) altos dirigentes foram sancionados, entre os quais: 7 – Florentino Mendes Pereira, Secretário-geral do partido; 8 – Orlando Mendes Viegas, 4º vice-Presidente do PRS; 9 – Certório Biote, Líder da Bancada Parlamentar do PRS; 10 – Domingos Quadé, alto dirigente do PRS; 11 – Carlitos Barai, alto dirigente do PRS; 12 – Domingos Malu, alto dirigente do PRS; 13 – António Sedja Man, antigo Procurador-Geral da República (dirigente do PRS); 14 – Bacari Biai, atual Procurador-Geral da República; 15 – Botche Candé, militante do PAIGC suspenso; 16 – Émerson Goudjabi Vaz (filho mais velho do Chefe de Estado da Guiné-Bissau); 17 – Victor Mandinga, Ministro e ex-dirigente PCD, expulsa do partido; 18 – Fernando Vaz, Presidente de UPG (Ministro do Turismo, do governo demitido) e 19 – Maria Aurora Arissa Sano, Grupo 15.
Por: Assana Sambú
Foto: AS
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