O hospital Simão Mendes, o maior centro médico da Guiné-Bissau, está sem oxigénio há mais de um mês e vários pacientes aguardam pelo produto para que possam ser submetidos a cirurgias, denunciou hoje a Liga Guineense dos Direitos Humanos.
Confrontado com a situação, o diretor-geral do Simão Mendes, Agostinho Semedo, confirmou que a fábrica de produção do produto se avariou e que o hospital tem estado a comprá-lo numa loja em Bissau, para atender "problemas pontuais".
"Não há oxigénio porque a nossa fábrica está avariada, mas compramos e resolvemos os problemas pontuais", disse Agostinho Semedo.
"Não vamos esconder que não há oxigénio. Quem puder apoiar que nos apoie", acrescentou o responsável pelo maior centro hospitalar da Guiné-Bissau.
Para a Liga Guineense dos Direitos Humanos, a situação "é grave e vergonhosa", por colocar em risco a vida dos utentes do sistema nacional da Saúde Pública guineense, nomeadamente aqueles que precisam de intervenções cirúrgicas.
A Liga exige ao Ministério de Saúde Pública, a adoção de "medidas urgentes para uma rápida resolução desta triste e lamentável situação" que, diz, "levanta o véu" sobre "o estado calamitoso" do sistema da Saúde Pública do país.
A organização lembra que os deputados "tiveram a coragem" de pedir viaturas de luxo ao rei de Marrocos, enquanto nos hospitais públicos "faltam serviços básicos", nomeadamente luvas, oxigénios, camas, medicamentos, entre outros.
"Esta triste realidade, transformou a Guiné-Bissau como um dos piores sítios para se ser mulher, pois em cada 100 mil partos 900 mulheres morrem devido à falta de condições do sistema de saúde", refere a Liga dos Direitos Humanos.
MB // EL
Lusa/Fim
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