O Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, convidou o Chefe de Estado da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, para visitar a China e participar na cimeira do ‘Fórum para a Cooperação China-África’ que se realiza no próximo mês de Setembro do ano em curso.
A intenção do estadista chinês foi revelada à imprensa esta quinta-feira, 12 de julho, pelo Embaixador da República Popular da China na Guiné-Bissau, Jin Hongjun que igualmente entregou uma carta-convite ao Presidente da República, na audiência mantida no Palácio Presidencial.
O diplomata chinês adiantou que José Mário Vaz respondeu positivamente ao convite do seu homólogo da República Popular da China.
O país esteve na cimeira de Joanesburgo na África do Sul, onde a China tinha prometido apoiar os países africanos. Porém a Guiné-Bissau não conseguiu absorver os fundos disponibilizados pelo Governo chinês. Questionado se o seu país tem condicionado o desembolso desses fundos, Jin Hongjun começou por enaltecer a importância que a Guiné-Bissau atribui ao fórum, considerando que a aceitação do convite pelo estadista guineense significa que o evento tem muita importância para o país.
“Sua Excelência Senhor Presidente da Republica, José Mário Vaz, esteve na cimeira de Joanesburgo e aceitou novamente o convite para estar em Pequim e participar nesta cimeira de ‘Fórum de Cooperação China-África’, na qual a Guiné-Bissau foi representada em duas ocasiões pelo Chefe de Estado, como o máximo representante da Nação guineense”, sublinhou Jin Hongjun.
Hongjun assegurou que a Guiné-Bissau tem beneficiado de projetos definidos na cimeira de Joanesburgo, apesar de considerar que o benefício guineense não é em todas as áreas estabelecidas na cimeira de África do Sul, apontando os domínios de infraestruturas, agricultura, educação e saúde como sendo as áreas onde o país gozou de alguns projetos.
No fórum de Pequim, o Embaixador garantiu que haverá novos projetos e assegurou que a Guiné-Bissau sempre estará presente. Jin Hongjun espera que a cimeira da capital chinesa sirva de uma nova plataforma para aprofundar os laços e estreitar as relações entre a China e África, particularmente entre a China e Guiné-Bissau.
Solicitado a pronunciar-se sobre a forma como a China nunca condicionou os seus apoios ao país durante a crise política, o diplomata disse que o impasse político vivido na Guiné-Bissau é um assunto interno, apesar de salientar que a República Popular da China sempre apelou ao diálogo entre as partes envolvidas na crise a se sentarem a uma mesa com vista ao alcance de uma saída duradoura para o país.
Jin Hongjun enalteceu neste particular os esforços da comunidade internacional para a saída da crise política que durou quatro anos, apontando os P5, um grupo que congrega as organizações internacionais representados no país, designadamente a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a Comunidade dos Países da língua Portuguesa (CPLP), as Nações Unidas, a União Europeia e a União Africana.
No que diz respeito aos projetos, Jin Hongjun afirmou que a China nunca impõe uma precondição política, sublinhando que a cooperação entre a China e a Guiné-Bissau nunca esteve parada e não vai parar e que os projetos entre os dois países prosseguiriam.
A China não descarta apoiar o país na realização das próximas eleições legislativas agendadas para 18 de novembro deste ano. O diplomata revelou que marcou uma audiência com o primeiro-ministro guineense Aristides Gomes e um dos temas a abordar é a forma como a República Popular China da pode apoiar o Executivo na materialização do escrutínio eleitoral.
Recorde-se que o Governo não reuniu ainda as devidas condições financeiras para agendar uma data do início de recenseamento de potenciais eleitores, tudo porque os fundos prometidos pelos parceiros internacionais não deram entrada para prosseguir com os trabalhos junto da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE).
Por: Sene CAMARÁ
Foto: SC
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