Ussumane Grifom Camará
A democracia é nada mais que aceitação do pluralismo das idéias. Combater a diversidade das opiniões, dentro do quadro democrático, é sinônimo da criação do anarquismo onde reina o império 'dos fins justificam os meios' e a culpa é sempre de quem permitiu esse estado coisa.
É irrefutável que a Guiné-Bissau que hoje assistimos, uma verdadeira 'República de Caos', é a criação do PAIGC ao longo de mais de trinta e cinco anos (dos quarenta e quatro) da sua governação. Se o PAIGC tivesse criado, na Guiné-Bissau, um Estado de Direito Democrático forte cujas instituições funcionam dentro dos limites da legalidade e não o contrário (a criação de homens forte à revelia do Estado), isto seria diferente!
Hoje assistimos, no PAIGC, outro tipo de liderança; um líder obcecado pela unanimidade e que encara o contraditório como traição, inveja e indisciplina; um líder que vê na segregação do seu partido a 'coesão' numa lógica clara de 'se não é por mim, é contra mim'. Enfim! O que o 'democrata' Domingos Simões Pereira não entende é que está ele, segundo Alex Tocqueville, a criar condições que geram o anarquismo como o que estamos a assistir.
À muito que convidei o DSP a se focar no essencial que o permitisse organizar o partido na base de unidade (ideal Cabralista) e se desprender do acessório. Creio que com o andar da carruagem, mesmo com uma reeleição por unanimidade no IX Ccongresso, o DSP terá enormes problemas na condução do partido para a vitória desejada nas próximas eleições e consequentemente garantir a estabilidade política e governativa na próxima legislatura, o que implicará ao país o retorno à estaca zero!
Como disse o Ernesto Dabo, o PAIGC tem que aceitar que é um partido libertador a libertar!
Por isso, é urgente que o partido se abra à debate (não à moda DSP) que possa ajudá-lo a reencontrar com as suas ideologias de origem e abrir o caminho para o cumprimento do Programa Maior.
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