O Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, anuncia na madrugada desta segunda-feira, 29 de janeiro 2018, a nomeação de um novo Primeiro-ministro no decorrer desta semana e a consequente convocação das eleições legislativas em 2018.
O Chefe de Estado falava à imprensa no aeroporto Osvaldo Vieira depois da sua chegada de Adis Abeba (Etiópia), onde participou na Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e do Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) no dia 27, bem como na Cimeira Ordinária da União Africana que decorreu no dia 28, domingo.
José Mário Vaz disse aos jornalistas que no decurso desta semana o país vai conhecer o novo Primeiro-ministro e pede apoios de todos os guineenses na procura de uma solução para a crise no decorrer desta semana.
“Se decidimos de facto que a solução da Guiné-Bissau deve ser encontrada pelos seus próprios filhos, então, pedimos que cada um desse um pouco da sua contribuição para que possamos sair desta situação em que nos encontra. Estou confiante, porque faz-me lembrar da nossa luta de libertação nacional. Conseguimos vencer a luta através da unidade, então o porque é que não podemos unir mais uma vez para que possamos sair desta crise. Só que desta vez, a unidade apenas não basta, é preciso um pouco da verdade e só com a verdade é que podemos sair desta situação”, observou.
Assegurou ainda que é preciso respeitar a Constituição da República para que se possa alcançar a solução, tendo lembrado que de acordo com a lei o mais tardar até no dia 23 do próximo mês de fevereiro deve se marcar a data das eleições legislativas.
“Significa que temos que fazer um esforço tremendo nos próximos dias para que possamos ter um Primeiro-ministro que vai formar o seu governo, depois marcar a data das eleições legislativas. Nós temos dois problemas na Guiné-Bissau, infelizmente temos que ultrapassá-lo porque faz parte da soberania da nossa terra. Conseguimos vencer o primeiro que é pagar os salários com os nossos recursos próprios. Recebi uma missão do FMI que me disse que a Guiné-Bissau é considerada no Conselho de Administração do FMI, como um caso de sucesso na gestão de finanças públicas. E significa que não é por falta do dinheiro que podia nos impedir realizar eleições na data prevista”, referiu.
O Presidente Vaz disse que para acabar com a disputa sobre o nome do consenso ou não (uma alusão ao primeiro ponto do Acordo de Conakry sobre a nomeação de Primeiro Ministro), a melhor solução é marcar a data da eleição e consequentemente devolver o poder ao povo para escolher os seus próximos dirigentes.
No concernente à questão da ameaça de sanções às pessoas que impedem o cumprimento do “Acordo de Conacri”, Vaz explicou que mostrou a sua posição clara sobre o assunto aos seus homólogos de que não é possível sancionar ninguém na Guiné-Bissau na base daquilo que considera a luta pela legalidade.
“Na Guiné-Bissau não se registou nenhum tiro nos quartéis, ninguém foi morto ou espancado! Há liberdade de expressão, de imprensa e de manifestação. Não temos mulheres viúvas porque os maridos foram mortos por questões políticas e nem crianças órfãs porque os pais foram mortos por questões políticas. E problemas dos direitos humanos não se colocam na Guiné-Bissau. Por isso, não há razão nenhuma para que haja sansões contra quem quer que seja na Guiné-Bissau, mas continua a pairar a palavra sanções”, frisou.
Questionado se a nomeação do novo chefe do governo vai obedecer o “Acordo de Conacri”, respondeu que o “Acordo de Conacri, fala do consenso que é difícil de alcançar mesmo nos países como França e Estados Unidos de América que evoluíram mais na democracia e muito menos no continente africano”.
“Pedimos aos jornalistas que nos ajude para sairmos desta situação e que diminuem a pressão, porque senão, iremos criar mais dificuldades para a nossa terra”, noto
Dokainternacionaldenunciante
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