sexta-feira, 17 de novembro de 2017

ONU e parceiros de desenvolvimento da Guiné-Bissau preocupados com situação no país

O grupo constituído pelas Nações Unidas e quatro organizações parceiras do desenvolvimento da Guiné-Bissau, conhecido como P5, tem "sérias preocupações" sobre o aumento da tensão política e social no país.

"O P5 manifestou sérias preocupações sobre o aumento da tensão política e social no país e reafirmou que o Acordo de Conacri, de 16 de outubro de 2016, que se baseou no roteiro de seis pontos da CEDEAO, assinado em Bissau a 10 de setembro de 2016, continua a ser o principal quadro para uma resolução da crise, como reiterou o Conselho de Segurança da ONU, o Conselho de Paz e Segurança da UA, a Autoridade da CEDEAO e a UE", lê-se num comunicado emitido pelo grupo.

Os membros do P5, que incluem a União Africana, CEDEAO, CPLP e União Europeia, apelam "a todos os atores nacionais que concentrem os seus esforços no sentido de acabar com o atual impasse em conformidade com o Acordo de Conacri".

"O P5 exorta todos os atores políticos guineenses a colocar os interesses da nação no centro das suas ações. O P5 apela aos atores políticos que exibam contenção e moderação e convida-os a expressar os seus pontos de vista e de discórdia de forma pacífica", continua o comunicado distribuído pelo Gabinete Integrado da ONU para a Consolidação da Paz no país (Uniogbis).

Os parceiros reiteram ainda a "determinação de continuar a trabalhar lado a lado com o povo da Guiné-Bissau para contribuir para a estabilidade política e social, um pré-requisito para uma paz duradoura, democracia e desenvolvimento socioeconómico".

As conclusões do comunicado resultam de um encontro que discutiu, na quarta-feira, os últimos desenvolvimentos políticos no país. O encontro foi liderado pelo representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, Modibo Touré.

Touré foi acusado hoje de parcialidade e de falta de coerência pelo Coletivo dos Partidos Políticos Democráticos guineense.

"Nós pensamos que o representante do secretário-geral não tem cumprido o seu papel e tem estado a adotar uma postura muito parcial em relação à situação que se vive no país e nesta crise e pensamos que é uma questão que teremos de colocar ao secretário-geral da ONU", António Guterres, afirmou Agnelo Regala, presidente do partido União para a Mudança.

Na quinta-feira, um protesto em Bissau acabou por ser dispersado pela polícia, que utilizou gás lacrimogéneo. Pelo menos 10 pessoas ficaram feridas e 14 foram detidas.

Dn.pt/lusa

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