quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Dissidente diz que Kim Jong-Un matou 11 músicos com recurso a armas antiaéreas


Rapariga confessou que foi forçada a assistir à execução de um grupo de músicos após estes serem acusados de fazer um vídeo pornográfico

Hee Yeon Lim, uma dissidente do regime de Pyongyang, falou sobre os momentos que testemunhou enquanto vivia na Coreia do Norte. A rapariga, filha de um coronel do exército que fazia parte do regime e aceitava subornos para melhorar a sua qualidade de vida, levou uma vida confortável em Pyongyang mas a sua proximidade com o regime não a protegeu de ser exposta a horrores.

Quando o seu pai morreu, Hee Yeon e a família decidiram abandonar o país, acabando por ficar a viver escondida na Coreia do Sul.

Em declarações ao Mirror, Hee Yeon (nome falso utilizado para preservar a entidade da rapariga) confessou que foi forçada a assistir à execução, com recurso a armas antiaéreas, de um grupo de 11 músicos, num estádio de futebol, após estes serem acusados de fazer um vídeo pornográfico.

"Os músicos foram trazidos amarrados, encapuzados e aparentemente amordaçados, para que não pudessem fazer barulho, não pudessem implorar por piedade ou gritar. Foram atingidos por armas antiaéreas. Cerca de 10 mil pessoas foram obrigadas a assistir e eu estava a 200 metros das vítimas", disse Hee Yeon Lim.


"Uma arma foi disparada, o barulho foi endurecedor, absolutamente aterrorizante, e as armas foram disparadas uma após a outra. Os músicos simplesmente desapareciam cada vez que as armas eram disparadas contra eles", adiantou a rapariga, que afirma ainda que os corpos foram depois calcados por tanques militares.

Hee Yeon conta também que viu várias colegas de escola serem escolhidas para trabalhares nas casas de Kim Jong-Un como escravas sexuais.

"Eles levaram as mais bonitas, garantindo que têm boas pernas. Elas aprendem a servir-lhe comida como caviar e iguarias raras. Elas são também ensinadas a massajá-lo, tornando-se escravas sexuais", disse.

"Sim, elas têm de dormir com ele e não podem cometer um erro porque podem facilmente desaparecer", adiantou.

Questionada sobre o que poderia acontecer se alguma das raparigas engravidasse, Hee Yeon respondeu: "Talvez o mesmo".

Hee Yeon diz ainda que cresceu com a ideia de que Kim Jong-Un era um deus, mas que, quando o conheceu sentiu-se aterrorizada: "Toda a gente em Pyongyang apoia abertamente Kim Jong-Un porque seriam mortos se não o fizessem. Mesmo o seu círculo interno, pode ser-se morto pela menor coisa ou deslealdade. Kim Jong-Un ameaça a guerra porque se sente encurralado. Ele tem medo que o seu regime acabe e ele não terá para onde ir. Eu tive de escapar", disse a rapariga.

Dn.pt

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