Celebra-se esta terça-feira o Dia Europeu do Ex-Fumador, uma data que celebra todos os que perderam o vício e que pretende, ainda, continuar a alertar para os malefícios do tabagismo.
O tabaco é, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um dos dez principais causadores de cancro em todo o mundo, assumindo-se, ainda, como um trampolim para o aparecimento de um sem fim de outras doenças.
É mais do que certo e sabido que fumar faz mal à saúde, mas as pessoas continuam a fazê-lo. Porquê? Porque, "em primeiro lugar, existe em todos nós uma irracionalidade que nos convence que o mal acontece sempre aos outros".
Mas não só. Paula Rosa, da Comissão de Trabalho da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, explica que a pessoa que fuma "sabe que quando não pode fumar fica ansiosa, irritada, inquieta, tem dificuldade em pensar e em concentrar-se... enfim, sente-se mal e só o cigarro lhe mitiga este mal-estar. Isso faz com que pense que, se deixar de fumar, vai sentir-se sempre assim, mal... e isso também lhe tira a vontade de parar de fumar".
Num comunicado enviado às redações a propósito do Dia Europeu do Ex-Fumador, que se celebra esta terça-feira, a especialista revela que "os fumadores muitas vezes não procuram ajuda porque lhes parece que isso é sinal de fraqueza. Na verdade, é ao contrário: quando temos uma doença o que faz sentido é encontrar o tratamento adequado para essa doença. No caso do tabagismo, é encontrar o tratamento adequado para lidar com a síndrome de abstinência tabágica".
Mesmo existindo terapias e técnicas médicas eficazes para deixar de fumar, Paula Rosa destaca na mesma nota que "os estudos feitos demonstram que a forma mais eficaz de lidar com qualquer dependência é parar completamente. É como 'desligar' a dependência".
"Há muitos mitos sobre parar de fumar de repente: ouve-se muita gente dizer que não se pode fazer, que é muito perigoso, no caso das grávidas diz-se que faz muito mal ao bebé, mas nada disto é verdade. O que faz mal é fumar e a paragem abrupta desencadeia apenas a síndrome de abstinência de que já falei, a qual, se for muito difícil de tolerar, pode ser tratada. O tratamento dura em média dois meses; o hábito de fumar, senão for interrompido, dura a vida toda", explica.
Que. pretende deixar de fumar deve, em primeiro lugar, aceitar " sem medo que tem uma dependência que precisa tratar". Depois, "recomendo que escolha um prazo para parar completamente de fumar, um prazo que deve ser curto. De seguida, deve decidir qual a estratégia que vai utilizar para parar de fumar. Se sentir que para parar de fumar precisa de ajuda, recomendo que o faça".
Na prática, frisa a médica da Comissão de Trabalho da Sociedade Portuguesa de Pneumologia: "Não se zangue consigo, zangue-se com o cigarro".
NAOM
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