Dirigentes políticos dos 15 países membros da CEDEAO, juntamente com a Mauritânia e o Chade, anunciaram este sábado (22.07) que querem limitar a três o número de filhos por mulheres, a fim de reduzir para metade, até 2030, as taxas de natalidade.
"Os parlamentares da CEDEAO, Mauritânia e Chade concordaram que, até 2030, os Parlamentos devem encorajar os governos a implementar políticas para assegurar que cada mulher (...) tem no máximo três filhos para controlar o crescimento da população”, disse o presidente do Parlamento do Burkina Faso, Salifou Diallo, numa reunião regional sobre a demografia que teve lugar no sábado, em Ouagadougou.
Com uma taxa de natalidade de 5,6 filhos por mulher, a mais elevada do mundo, a população do espaço da CEDEAO chegará, em 2050, aos mil milhões de pessoas. Metade serão jovens, segundo dados da Organização das Nações Unidas.
Salifou Diallo - Präsident des Parlaments in Burkina Faso
"Acreditamos que, quando as taxas de crescimento dos países se situam nos 5% a 6%, com uma taxa de natalidade entre os 6% e os 7%, estamos perante uma situação demográfica descontrolada e não podemos esperar qualquer desenvolvimento”, afirmou Salifou Diallo.
Equilíbrio entre crescimento populacional e económico
Segundo o presidente do Parlamento burkinabé, "é urgente conter o crescimento da população no espaço da CEDEAO para promover um verdadeiro desenvolvimento sustentável”.
Para isso, os deputados devem, nos seus respetivos países, adotar estratégias para "facilitar uma rápida e voluntária diminuição da natalidade, através do acesso universal ao planeamento familiar, aumento do nível de educação das mulheres e dos esforços para garantir a sobrevivência das crianças”.
Por sua vez, o presidente do Parlamento do Benim, Adrien Houngbédji, sublinhou que cabe às autoridades "definir o equilíbrio indispensável entre o controlo da natalidade e a melhoria da qualidade de vida da população ativa”.
Para o Presidente da Comissão da CEDEAO, Marcel de Souza, é necessário reduzir a taxa de natalidade "para metade” e "indexar a taxa de crescimento da população, que é muito forte, à taxa de crescimento económico, que é muito moderado”.
"A juventude representa dois terços da população. Quando os jovens não conseguem encontrar soluções, tornam-se uma bomba: atravessam o deserto ou o Mediterrâneo, morrendo aos milhares na imigração ilegal”.
Dw.com/pt
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