Por LUSA
A proposta de paz para a Ucrânia prevê a adesão da Ucrânia à União Europeia (UE) já em 2027, de acordo com o que avança o Financial Times (FT), esta sexta-feira.
Fontes explicaram à publicação que a adesão à UE estaria pensada já para o próximo ano, com possibilidade de o processo avançar já em janeiro.
O plano em causa é uma versão já revista das propostas feitas pela administração Trump, depois de Kyiv e os aliados europeus terem considerado que a proposta anterior favorecia a Rússia.
Escreve agora o FT que esta última versão surge também como um passo para pressionar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a aceitar um acordo de paz até ao Natal.
Segundo é explicado, alguns decisores neste processo que apoiam a entrada da Ucrânia no bloco europeu explicam que a Comissão Europeia "compreende agora" que opor-se à rápida adesão da Ucrânia iria prejudicar o acordo de paz - não devendo, por isso, opor-se e criar este obstáculo.
Note-se que Kyiv não concluiu ainda formalmente nenhum dos 30 critérios da UE que estavam em cima da mesa de negociações para esta entrada.
A UE, os critérios e a Hungria
Especialistas contactados explicam ainda ao FT que o plano de paz iria obrigar Bruxelas a repensar todo o processo de alargamento do bloco, incluindo questões como o calendário do acesso a fundos e direito ao voto.
"Há 0% de probabilidades de a Ucrânia ser um membro completo da UE a 1 de janeiro de 2027", explicou o diretor da parte europeia do Grupo Eurosia, Mujtaba Rahman, acrescentando: "Mas este compromisso pode revitalizar a candidatura da Ucrânia à UE e pressionar os decisores políticos a inovar e a acelerar o processo".
Note-se que a 'luz verde' para um novo membro tem de ser dada pelos 27. O empenho da administração Trump nesta proposta poderá, no entanto, pressionar a Hungria a abandonar o veto para a entrada da Ucrânia na UE.
Já na quinta-feira, o presidente da Ucrânia apontou que o futuro da Ucrânia na UE "depende em larga escala dos europeus" e não dos EUA.
"Se chegarmos a um acordo no qual especificamos quando a Ucrânia se tornará membro da UE, os norte-americanos, como parte deste acordo, farão tudo para que o nosso caminho europeu não seja bloqueado por outros na Europa sobre os quais eles têm influência", acrescentou.
Já na terça-feira, Zelensky confirmou que o plano foi dividido em três documentos: um acordo-quadro de 20 pontos, um documento sobre garantias de segurança e outro sobre a reconstrução da Ucrânia após a guerra.
A proposta inicial dos Estados Unidos incluía a cedência de territórios ucranianos à Rússia que ainda não tinham sido conquistados e que era considerada por Kyiv e pelos seus aliados europeus como particularmente favorável a Moscovo.

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