Drone Shahed (Getty) João Guerreiro Rodrigues cnnportugal.iol.pt
Está em curso uma campanha que pode abrir caminho para um dos alvos mais apetecíveis
Os serviços de informações ucranianos lançaram um ataque contra vários radares na região ocupada da Crimeia durante a noite de 2 de novembro. Entre os alvos atingidos estão alguns dos mais poderosos e mais caros radares russos, que funcionam como "os olhos" do poderoso sistema de defesa antiaérea russo S-400.
Num vídeo partilhado nas redes sociais, a Diretoria Principal de Inteligência (HUR) mostra os ataques cirúrgicos contra alvos estratégicos russos na Crimeia, não só danificando as suas capacidades de defesa antiaérea, mas também atingido dois outros radares nas imediações de um aeroporto.
Estes ataques acontecem numa altura em que Kiev tem vindo a intensificar a sua campanha de bombardeamentos de longo alcance, que além de fustigar dezenas de refinarias, terminais e centrais elétricas, também está a enfraquecer as capacidades defensivas russas nas regiões ocupadas. No final de outubro, as forças ucranianas atingiram três radares na região, com os drones a evadir-se com sucesso a um sistema de defesa antiaéreo Pantsir S1 e ao fogo de armas de pequeno calibre dos militares russos.
A imprensa ucraniana descreve esta sequência de ataques como sendo parte de uma estratégia concreta e abrangente por parte das chefias militares ucranianas para "desmantelar" as defesas antiaéreas na região, que tem um papel fundamental para as operações militares russas nas frentes de Kherson e Zaporizhzhia.
Entre os alvos do ataque de 26 de outubro estavam um radar Nebo-M, um dos mais poderosos e caros radares russos, que tem um custo estimado de 100 milhões de dólares por unidade e uma capacidade de detetar alvos a uma distância que pode atingir os 3.800 quilómetros.
As ações ofensivas ucranianas estão a intensificar-se e, esta segunda-feira, o Reino Unido anunciou que vai transferir mais mísseis de cruzeiro Storm Shadow para a Ucrânia, reforçando a capacidade de Kiev de atingir alvos a uma distância superior, com grande precisão e com grandes quantidades de explosivos.
No passado, a Ucrânia atingiu com sucesso diversos alvos bem no interior do território russo com estas armas, incluindo a fábrica de químicos em Bryansk, a mais de 110 quilómetros da fronteira. Em teoria, este equipamento poderia permitir à Ucrânia atingir a ponte de Kerch, que liga a península da Crimeia ao território russo.

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