© Getty Images Lusa 27/10/2025
"Atualmente, até o Shin Bet [inteligência israelita] admite que a aplicação da política levou a uma diminuição dos ataques e dissuadiu o Hamas", afirmou o ministro, numa declaração em vídeo.
A declaração foi feita na sequência da publicação de uma entrevista exclusiva com o ex-refém Bar Kuperstein ao canal público israelita Kan, na qual descreveu em pormenor as torturas de que foi vítima às mãos dos captores na Faixa de Gaza.
Isto após declarações de Ben Gvir a dizer ter piorado o tratamento dos prisioneiros palestinianos nas prisões israelitas.
"Colocaram-nos contra a parede e espancaram-nos brutalmente... Disseram que a culpa era de Ben Gvir, que 'o que quer que ele faça com os nossos prisioneiros, faremos com vocês'", contou Kuperstein, na primeira entrevista desde a libertação, após dois anos de cativeiro.
O ministro da Segurança Nacional protestou contra as declarações, acusando os meios de comunicação israelitas de "adotarem a narrativa do Hamas" ao publicá-las e afirmando que os atos de violência do movimento islamita palestiniano começaram "muito antes das mudanças nas prisões".
Mudanças que, segundo disse Gvir, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, não permitiu que implementasse antes de 07 de outubro.
Questionado sobre se sentia raiva em relação a Ben Gvir, Kuperstein respondeu que estava irritado com o facto de qualquer ação contra os prisioneiros palestinianos ser tornada pública.
"O senhor sabe que eles nos têm nas mãos, como é que pode permitir que abusem de nós? É um ministro do Governo, é suposto zelar pelo nosso bem-estar, porque não zelou pelo nosso bem-estar?", questionou.
Em agosto de 2024, a organização não-governamental israelita B'Tselem publicou um relatório baseado em entrevistas com 55 prisioneiros palestinianos, alegando que estes foram vítimas de espancamentos, más condições sanitárias, detenção em regime de incomunicabilidade, abusos sexuais e privação de alimentos e de sono durante o tempo de cativeiro.
De acordo com um comunicado oficial do Knesset (parlamento israelita) publicado este mês, com base em dados do serviço prisional do país, o número de detidos nas prisões israelitas aumentou em 6.061 reclusos desde 07 de outubro de 2023, dia do ataque do Hamas em solo israelita.

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