Por LUSA
"A pelo aos residentes de Gaza: levantem-se e rompam com o Hamas! Ele é responsável pelo seu sofrimento. A guerra e o sofrimento terminarão se o Hamas libertar os reféns e entregar as suas armas", disse o tenente-general durante a sua visita à capital de Gaza, acompanhado por outros altos oficiais do exército.
Estamos a operar na Faixa de Gaza com um grande número de tropas, com o objetivo de atacar a Cidade de Gaza para criar as condições necessárias para a libertação dos reféns e a derrota final do Hamas", acrescentou.
Entre março e maio, diversos meios de comunicação social internacionais deram conta de protestos em vários pontos de Gaza contra o Hamas e Israel, que segundo um relatório da Amnistia Internacional (AI) originou "um padrão preocupante de ameaças, intimidação e assédio, incluindo interrogatórios e espancamentos por parte do Hamas contra manifestantes pacíficos".
Segundo a AI, os habitantes de Beit Lahia, no norte do enclave, organizaram desde 25 de março várias marchas exigindo o fim do genocídio e da deslocação ilegal por parte de Israel, que atraíram centenas, possivelmente milhares de palestinianos, que entoaram palavras de ordem e seguraram cartazes criticando as autoridades lideradas pelo Hamas em Gaza, com algumas pessoas a apelarem ao fim do governo do movimento.
Protestos menores também ocorreram no campo de refugiados de Jabalia, Shuja'iya e Khan Younis, onde os manifestantes também entoaram palavras de ordem contra alguns líderes do Hamas, adiantou a mesma fonte.
Desde a tomada de Gaza em 2007 e a criação de um aparelho paralelo de segurança e aplicação da lei, adiantou a AI, o "Hamas impôs severas restrições à liberdade de associação, expressão e reunião pacífica, usando força excessiva em resposta a diversos movimentos de protesto, principalmente em 2019, e detendo e torturando dissidentes regularmente" e "mesmo durante o genocídio em curso em Israel, os serviços de segurança do Hamas continuaram a restringir a liberdade de expressão, incluindo a rotular os seus críticos de traidores".
Na sua visita hoje à Cidade de Gaza, Zamir afirmou ainda que a maior parte da população da Cidade de Gaza, que tinha um milhão de habitantes em agosto, já se deslocou para sul, apesar de a zona estar sobrelotada de deslocados.
"Estamos a transferi-los para sul para garantir a sua segurança. Apelo aos residentes de Gaza", insistiu.
O Hamas afirmou hoje que cerca de 900 mil pessoas permanecem na Cidade de Gaza e acusou Israel de não permitir a entrada de tendas para aqueles que se mudaram para o sul.
A ONU, por sua vez, não conseguiu verificar quantas pessoas abandonaram a capital de Gaza desde que as tropas israelitas iniciaram a invasão.
A guerra em curso em Gaza foi iniciada quando o movimento islamita palestiniano Hamas atacou solo israelita, a 07 de outubro de 2023, provocando 1.200 mortos, a maioria civis, e fazendo 251 reféns.
A retaliação de Israel já fez mais de 65 mil mortos entre os palestinianos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, considerados fiáveis pela ONU.

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