Por cnnportugal.iol.pt
A Ucrânia realizou este domingo um dos seus maiores ataques contra a Rússia desde o início da guerra a 24 de fevereiro de 2022. Aeronaves estavam escondidas no interior dos tetos de casas de madeira transportadas em camiões civis e foram ativadas remotamente
Ao 1.193.º dia desde o início da invasão russa, a Ucrânia levou a cabo um dos seus maiores ataques até ao momento. A operação está a ser nominada de “Pavutyna” (teia de aranha) e dizimou um total de 41 bombardeiros estratégicos russos, capazes de transportar ogivas nucleares.
Durante a tarde deste domingo, Volodymyr Zelensky anunciou que os serviços secretos utilizaram um total de 117 drones contra as bases aéreas russas. Kiev acrescenta que, desta vez, houve "perdas russas muito tangíveis" na operação.
Volodymyr Zelensky classifica sucesso do plano secreto do SBU contra as bases aéreas russas como uma "operação brilhante", cita a Reuters. O presidente ucraniano destaca ainda que esta foi a "operação com maior raio de alcance" alguma vez efetuada com sucesso pelas forças armadas ucranianas.
Ao jornal Politico, o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) – as secretas ucranianas – explicam que lançaram enxames de drones contra quatro bases aéreas russas este domingo e confirma a destruição dos 41 bombardeiros, o representa perto de 30% do arsenal russo deste tipo de aeronaves.
“Os aviões militares russos estão neste momento a arder nas bases aéreas de Belaya, Diaghilev, Olenya e Ivanovo", disse ao Politico um membro do SBU, sob condição de anonimato.
A mesma fonte explica que o plano secreto foi “organizado pessoalmente” por Vasyl Malyuk, chefe máximo do SBU.
As secretas da Ucrânia estavam há largos meses - cerca de 18 avança a impensa ucraniana - a preparar a operação que consistiu em enviar drones FPV para território russo dentro de camiões civis que transportavam alojamentos de madeira.
A aeronaves não tripuladas estavam escondidas sob os tetos das casas de madeira. Este domingo e sem que nada o fizesse prever, “os tetos foram abertos remotamente do seu interior saíram os enxames de drones que atacaram os bombardeiros russos”, explica a fonte do SBU.
“Graças a Malyuk... a Rússia entendeu hoje o verdadeiro significado da palavra desmilitarização", refere o funcionário do SBU.
O SBU partilhou um conjunto de imagens captadas pelos drones durante a operação, onde se podem ver os bombardeiros do Kremlin em chamas nas bases militares. A veracidade das imagens ainda não foi confirmada de forma independente.
Os serviços secretos ucranianos garantem que todas as pessoas envolvidas na complexa operação logística do plano Teia já estavam em segurança na Ucrânia no momento dos ataques.
O conselheiro presidencial de Zelesnky reagiu à operação no X, publicando somente um emoji de uma teia de aranha.
Reação da Rússia
O ministério da Defesa da Rússia confirmou que foi alvo de um "ataque terrorista" contra as bases aéreas das de Murmansk, Irkutsk, Ivanovo, Ryazan e Amur, avança a agência estatal russa Interfax.
O Kremlim assegura ainda que todos os ataques foram travados, que há alguns participantes na operação detidos, mas confirma que há várias aeronaves em chamas.
A agência estatal russa TASS está a noticiar que o condutor de um dos camiões foi detido pelas autoridades e está a ser questionado sobre o ataque.
O relatório russo detalha ainda que “o exato número de UAV [drone] ainda não foi confirmado”, mas que já não existe qualquer ameaça nos céus russos.
A Operação 🕸️(Teia de Aranha) ocorre um dia antes da próxima ronda das negociações de paz entre Ucrânia e Rússia, em Istambul.

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