A União Europeia (UE) deverá conseguir produzir um milhão de munições de artilharia "na primavera", mas não a tempo de os Estados-membros conseguirem cumprir o compromisso assumido com a Ucrânia até fim de março, avaliou esta quinta-feira a Comissão Europeia.
Questionada sobre o tema na habitual conferência de imprensa diária do executivo comunitário, a porta-voz para o Mercado Interno, Johanna Bersel, referiu que a produção da indústria europeia de defesa "irá atingir na primavera a meta de capacidade de produção de um milhão de munições por ano".
A porta-voz referiu também não ter dados atualizados sobre o fornecimento de munições à Ucrânia pelos Estados-membros do bloco europeu.
Por seu lado, Peter Stano, um dos porta-vozes comunitários para os Negócios Estrangeiros, referiu que até finais de dezembro os Estados-membros tinham enviado para Kiev "mais de 300 mil munições de artilharia e 3.300 mísseis" dos arsenais nacionais, havendo ainda "mais de 20 contratos-quadro" para aquisição de 180 mil munições adicionais.
Nas mesmas declarações, Peter Stano não se comprometeu com o cumprimento do objetivo de um milhão de munições até fim de março, que o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Defesa, Josep Borrell, já tinha reconhecido ser "difícil de atingir".
O porta-voz salientou ainda que o objetivo político se mantém, defendendo que os 27 do bloco "fizeram o que puderam através dos seus arsenais e fazem o que podem no que respeita a encomendas" para honrar o seu compromisso com Kiev.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.