POR. Ariceni Abdulai Jibrilo Baldé 19/02/24
O PAPEL DAS LIDERANÇAS E CÚPULAS NAS ORGANIZAÇÕES POLÍTICAS NA GUINÉ-BISSAU
Em todas as formas de organização que envolvem pessoas existem disputas de interesses de grupos e entre grupos constituídos por indivíduos com interesses próprios e adversos. Todos se interagem, e por vezes colidem, com os interesses coletivos e organizacionais.
A gestão destas "contradições" dinâmicas, e geradoras de fatores de progresso ou retrocesso, cabe aos líderes e às cúpulas de que se rodeiam, cujo conjunto quando age fatual e prospectivamente acertado, pode galvanizar as maiorias para uma evolução satisfatória e de progresso com reflexos positivos nas organizações e na resolução dos problemas para o atendimento das necessidades das populações ou dos coletivos que "assumem" liderar ou representar. Mas, quando não produz o feito desejado e tão esperado pelos que os escolheram, por via democrática, obviamente, todos os elementos constitutivos das "contradições", em constantes dinâmicas, gerarão convulsões de toda a ordem e em todos os níveis.
Situando estas nossas ideias na Guiné-Bissau, e nas organizações políticas que têm vindo a disputar o poder de governar os interesses dos povos deste país, restringidas a este período pós-Guerra Civil de 1998 a 1999, período do exponencial crescimento do "comércio político", podemos verificar uma reiterada tendência de fracasso de todas as lideranças e suas cúpulas. As organizações políticas que têm recebido alguma confiança dos eleitores, no período que referenciamos, elegendo Presidentes da República e/ou auferindo de assentos na Assembleia Nacional Popular com a motivação de estes beneficiados poderem ser "presidentes" ou "deputados" dos povos, falharam e frustraram os eleitores e complicaram/pioraram a vida dos povos da "nação" de "deputados" que se pretendia que dela devessem ser. Em reação aos fatos e fenômenos, quando os veem provocando mutações no esquema obscuro de simulacro propositado de direção coletiva que instalam nos órgãos e nas estruturas destas (des)... organizações, os "líderes", suas "cúpulas" e seus eleitos, criam e vendem soluções artificiais, com estratagemas de reconciliação, unidade, coesão interna, para não dar chances aos adversários/inimigos políticos (na verdade inimigos mesmo pelos interesses pessoais ou de grupos), com esta retórica calar e manter "mobilizado" o eleitorado para as causas dos "líderes", suas "cúpulas" e seus eleitos, internamente, também, enfermos de antagonismos. Nesta azáfama, violam os estatutos e as regras internas das suas (des)... organizações, e todas as leis da República da Guiné-Bissau. Legislações, normas e regras que só são lembradas nos discursos e bem-vindas nos momentos em que invoca-las favorece aos interesses dos "líderes", suas "cúpulas" e seus eleitos, e os demais próximos que lhes servem ou interessam. Depois, se houver alguma voz descordante ou mais atenta, surgem, logo, os bem falantes defensores e os vilões para esmagar os indesejados.
Entretanto, seria bom (até porque mais ainda para essas lideranças, suas cúpulas e seus eleitos), que compreendêssemos que ser líder e/ou fazer parte de uma cúpula de direção de alguma organização (nesta análise as organizações políticas), significa viver num invólucro, num mar turvo, de jogos de interesses concretos, não abstratos, em que cada uma das partes zela pelos seus. Se a esta compreensão chegarmos, é importante notar que o muro de blindagem dos líderes e suas cúpulas dentro dos invólucros, dos mares turvos, são as leis da República, os estatutos e as regras das suas organizações que servem para protegê-los das investidas e dos ataques dos atores dos diferentes e distintos interesses em jogo. Assim, cumprir os estatutos, as decisões dos órgãos estatutários, as leis da República da Guiné-Bissau, é o único caminho que têm, a vossa tábua de salvação, para quebrar com o círculo vicioso de fracassos das lideranças e suas cúpulas na gestão das suas organizações e do poder que alcançam na sofrida República da Guiné-Bissau.
POR: Ariceni Abdulai Jibrilo Baldé
(DJIBRIL BALDÉ)
Feito em Bissau, aos dias 17 de fevereiro de 2024.
DEDICADO AOS PROFESSORES DA GUINÉ-BISSAU SEMPRE INCOMPREENDIDOS.
GLÓRIA ETERNA AO PROFESSOR AREOLINO LOPES DA CRUZ.
VIVA A GUINÉ-BISSAU.
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