sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Libertados sete reféns sequestrados "por Gaza" numa fábrica na Turquia

© OZAN KOSE/AFP via Getty Images

POR LUSA   01/02/24 

Os sete reféns detidos hoje durante nove horas por um homem armado, que alegou agir "a favor de Gaza", numa fábrica turca do grupo norte-americano Procter & Gamble (P&G) foram libertados ilesos.

Segundo o governador da província de Kocaeli (noroeste), Seddar Yavuz, o sequestrador, um ex-funcionário, foi detido sem violência, durante uma breve operação policial.

"As nossas forças de segurança realizaram a sua operação quando este ia à casa de banho, sem ferir os reféns", explicou o governador, em declarações aos jornalistas no local, especificando que o agressor não alegou fazer parte de nenhum grupo político ou ativista.

O sequestrador pediu o fim das operações militares israelitas em Gaza e a abertura do ponto de passagem de Rafah, entre a Faixa de Gaza e o Egito, acrescentou Yavuz.

Famílias reunidas perto do local confirmaram à agência France-Presse (AFP) que os sete reféns, incluindo uma jovem de 26 anos, estavam seguros.

O homem, que tinha "duas armas" e "um dispositivo possivelmente explosivo", segundo o governador, invadiu o local por volta das 14:30 (11:30 em Lisboa).

De acordo com uma foto publicada por um dos reféns na rede social Instagram - verificada pela AFP -, o homem apareceu com o rosto parcialmente coberto por um 'keffiyeh', o lenço que representa a luta palestiniana.

"Por Gaza", dizia uma mensagem saliente em vermelho numa parede atrás do sequestrador, que tinha também duas bandeiras, turca e palestiniana, frente a frente.

Um porta-voz do fabricante norte-americano de produtos domésticos e de higiene Procter & Gamble disse à AFP que a fábrica de Gebze, na periferia leste de Istambul, foi "evacuada no início do dia".

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, um dos líderes mais críticos de Israel desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, denunciou repetidamente o apoio dos EUA a Israel, que chamou de Estado terrorista e genocida.

Apelos ao boicote aos produtos norte-americanos também foram amplamente divulgados na Turquia desde o início do conflito. Vários restaurantes McDonald's e cafés Starbucks - que operam sob licença turca - foram vandalizados em todo o país.

No início de novembro, a polícia turca teve de dispersar, com recurso a gás lacrimogéneo, uma manifestação pró-palestiniana organizada em frente a uma base militar que alojava forças norte-americanas, poucas horas antes de uma visita a Ancara do secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Manifestações em apoio aos palestinos são organizadas regularmente no país.



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