© Waldo Swiegers/Bloomberg via Getty Images
POR LUSA 09/11/23
A África do Sul está a considerar processar cidadãos sul-africanos que teriam integrado as Forças de Defesa de Israel (IDF) no atual conflito contra o movimento Hamas que já causou mais de dez mil mortos, foi hoje anunciado.
O anúncio foi feito pela ministra na Presidência, Khumbudzo Ntshavheni, que é responsável pela segurança de Estado, durante um debate parlamentar na Cidade do Cabo.
"A Autoridade Nacional de Acusação terá de agir com rapidez para processar aqueles que participam não só na guerra israelita, mas em qualquer outra parte do mundo", adiantou.
Todavia, Ntshavheni escusou-se a precisar o alegado número de militares participantes, assim como se existem mercenários sul-africanos a apoiar o movimento palestiniano Hamas - classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel.
No parlamento, a governante sul-africana indicou também que a Agência de Segurança do Estado (SSA) está a tentar localizar sul-africanos que teriam regressado ao país após aderirem ao Estado Islâmico, sem avançar detalhes, segundo a imprensa sul-africana.
Ntshavheni sublinhou que a legislação sul-africana proíbe os seus cidadãos de integrarem as forças de defesa de um outro país.
Entretanto, o Governo da África do Sul anunciou que a decisão sobre o corte de laços com Israel e a expulsão do seu embaixador do país africano face aos bombardeamentos israelitas em Gaza continua pendente.
"Quanto à expulsão, não há nenhuma decisão a esse respeito neste momento. Caso tal decisão seja tomada, iremos anunciar publicamente", referiu a chefe da diplomacia sul-africana Naledi Pandor, no debate parlamentar nesta quarta-feira.
No início da semana, a ministra Khumbudzo Ntzhaveni disse à imprensa que o executivo considerou "insustentável" as posições do embaixador israelita na África do Sul, Eliay Belotserkovsky, por criticar o apoio do Congresso Nacional Africano (ANC), no poder desde 1994, ao Hamas e à causa palestiniana, instando a diplomacia sul-africana a atuar nesse sentido.
O Governo da África do Sul decidiu na passada segunda-feira chamar os seus diplomatas em Israel para sinalizar as suas preocupações face aos bombardeamentos israelitas em Gaza.
Alguns partidos da oposição manifestaram-se contra a medida, afirmando que a África do Sul deve manter uma presença no terreno durante tempos "tão difíceis", segundo a imprensa sul-africana.
O movimento Hamas já apelou a Pretória para que corte todos os laços com Israel.
Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel disse apoiar o seu embaixador na África do Sul, "que representa a posição do Governo e do povo israelita".
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