quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Primeiro cargueiro com cereais chega à Turquia apesar de cerco russo

© Lusa

POR LUSA  17/08/23 

O primeiro cargueiro saído da Ucrânia após o fim do acordo sobre cereais chegou hoje à tarde a águas turcas, apesar do cerco russo, segundo 'sites' da Internet de tráfego marítimo.

O porta-contentores Joseph Schulte, com pavilhão de Hong Kong, partiu na quarta-feira do porto ucraniano de Odessa, desafiando a Rússia, que ameaçou atacar tais embarcações desde que pôs fim, em julho, ao acordo pelo qual a Ucrânia podia exportar os seus cereais.

O navio atracará "provavelmente esta noite" em Istambul, indicou hoje um porta-voz do grupo Schulte, com sede em Hamburgo, no norte da Alemanha.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que o cargueiro percorreu a rota de "um novo corredor humanitário" definido por Kyiv, depois de a Rússia ter procedido, no fim de semana passado, a disparos de advertência contra um navio de mercadorias que se dirigia para Izmail, um porto do rio Danúbio, no sul da Ucrânia.

Moscovo intensificou também os seus ataques às infraestruturas portuárias ucranianas no mar Negro e no Danúbio desde que se retirou do acordo dos cereais concluído sob a égide da ONU e da Turquia e que entrou em vigor no verão de 2022.

Esse acordo permitia que os cereais ucranianos saíssem dos portos do sul da Ucrânia, apesar do cerco instalado pelas forças russas.

O novo corredor humanitário "será principalmente utilizado para retirar os navios que estavam nos portos no momento da invasão russa", em fevereiro de 2022, anunciou o ministro das Infraestruturas ucraniano, Oleksandr Kubrakov.

Ao mesmo tempo, a comunidade internacional procura encontrar uma forma de garantir a segurança das rotas de transporte para o resto do mundo dos cereais a tempo da colheita do próximo outono, sendo a Ucrânia e a Rússia grandes exportadores.

O acordo do ano passado contribuiu para fazer baixar os preços globais dos alimentos e proporcionou aos ucranianos grandes receitas. A Ucrânia exporta agora através do Danúbio uma grande parte dos seus produtos agrícolas.

Segundo o diário norte-americano Wall Street Journal, há responsáveis norte-americanos em conversações com a Turquia, a Ucrânia e os países vizinhos sobre o aumento do tráfego ao longo do Danúbio, que desagua no mar Negro, na fronteira entre a Ucrânia e a Roménia.

Um desses responsáveis afirmou que Washington iria analisar todas as opções, incluindo a de um acompanhamento militar dos navios mercantes ucranianos.

Mas um funcionário do Ministério da Defesa turco, falando a coberto do anonimato, pareceu hoje descartar essa hipótese.

"Os nossos esforços concentram-se na reativação do acordo sobre os cereais", declarou à estação de televisão privada turca NTV.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, espera encontrar-se com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, ainda em agosto, e a recuperação do acordo sobre as exportações de cereais ucranianos deverá estar na agenda de debate.

Erdogan tentou, desde a eclosão da guerra, manter a neutralidade do seu país e reforçar o seu papel diplomático. A Turquia acolheu, assim, as duas primeiras rondas de negociações de paz com a Ucrânia e intensificou as suas trocas com a Rússia enquanto fornecia armas a Kyiv.


Maioria dos países da CEDEAO aceitam intervenção militar no Níger

© Lusa

POR LUSA  17/08/23 

A "maioria" dos países da CEDEAO está empenhada em participar numa eventual intervenção militar para restabelecer a ordem constitucional no Níger, afirmou hoje o comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança do bloco, Abdel-Fatau Musah.

"Todos os países, exceto os que estão sob domínio militar (Burkina Faso, Mali e Guiné-Conacri) e um pequeno país (Cabo Verde) (...) estão determinados" a participar numa eventual intervenção, disse Musah.

O comissário transmitiu esta mensagem à margem da reunião de dois dias dos chefes de Estado-Maior dos países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que hoje teve início em Acra, capital do Gana.

Esta é a segunda reunião do género em que os chefes militares do bloco regional continuam a discutir e a elaborar um plano para o eventual recurso à força para resolver a crise no Níger, na sequência do golpe de Estado de 26 de julho.

"Há uma altura em que é preciso estabelecer limites. O facto de termos tido três golpes de Estado bem-sucedidos (na região) e de não ter sido aplicada uma resposta forte não significa que devamos permitir que o dominó continue", sublinhou Musah.

A reunião em Acra tem lugar depois de os chefes de Estado e de Governo do bloco de 15 países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) terem ordenado a "ativação" da "força de reserva" da organização, em 10 de agosto, embora tenham garantido que continuariam a apoiar o diálogo para resolver a crise.

Os chefes de Estado-Maior da Nigéria, do Gana, da Costa do Marfim, do Senegal, do Togo, do Benim, da Serra Leoa, da Libéria e da Gâmbia participam na reunião, enquanto os seus homólogos de Cabo Verde e da Guiné-Bissau estão ausentes.

O Níger também não está representado, nem o Burkina Faso, o Mali ou a Guiné-Conacri, países onde também ocorreram golpes de Estado entre 2020 e 2022 e que manifestaram a sua rejeição do uso da força.

Até ao momento, a junta militar golpista de Niamey ignorou as ameaças e, além de nomear um novo primeiro-ministro, formar um governo de transição, reforçar o seu aparelho militar e fechar o espaço aéreo, avisou que o uso da força será objeto de uma resposta "instantânea" e "enérgica".

O golpe de Estado no Níger foi conduzido em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente, Mohamed Bazoum, e a suspensão da Constituição.

O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser dirigido por uma junta militar.


Leia Também: União Africana rejeita intervenção militar no Níger

União Africana rejeita intervenção militar no Níger

© Shutterstock

POR LUSA   17/08/23 

O Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana (UA) rejeitou uma intervenção militar para restaurar a ordem constitucional no Níger, disse hoje uma fonte diplomática.

"O CPS decidiu uma solução não militar e não punitiva para a crise no Níger" numa reunião realizada em Adis Abeba na segunda-feira, disse à agência Efe a fonte, que quis manter o anonimato.

É a primeira vez que a UA se opõe tão claramente ao uso da força no Níger desde que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) colocou essa possibilidade em cima da mesa, em 30 de julho, durante uma reunião extraordinária dos chefes de Estado e de Governo dos países do bloco.

"O CPS também exortou a CEDEAO a empenhar-se construtivamente em iniciativas diplomáticas e a encontrar uma solução não militar", acrescentou o diplomata.

De acordo com esta fonte, e seguindo o procedimento habitual nestes casos, o CPS concordou em suspender o Níger de todas as atividades da UA até que a ordem constitucional seja restabelecida no país.

A organização pan-africana decidiu igualmente criar um comité 'ad hoc' ao nível dos chefes de Estado dos países-membros e incluindo todos os blocos regionais para procurar uma solução através do diálogo.

"O comité irá trabalhar para persuadir os líderes da junta do Níger a seguir a via diplomática e a comprometer-se com uma resolução pacífica da crise", disse o diplomata.

O CPS também concordou em enviar um "aviso severo" aos golpistas para que "garantam a segurança do Presidente detido (Mohamed Bazoum), da sua família e dos membros do gabinete", acrescentou.

Embora a CEDEAO tenha garantido que continuará a dar prioridade ao diálogo, os líderes do bloco concordaram, no dia 10, em "ativar" a "força de reserva" da organização.

Neste contexto, os chefes militares dos países da CEDEAO iniciaram hoje, em Acra, capital do Gana, uma reunião de dois dias para continuar a analisar uma eventual intervenção militar no Níger, após uma primeira reunião no início de agosto.

Até agora, a junta militar do Níger ignorou as ameaças e, além de nomear um novo primeiro-ministro e formar um governo de transição, avisou que o uso da força será objeto de uma resposta "imediata" e "enérgica".

Uma eventual ação militar dividiu a região, com os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal a confirmarem claramente a disponibilidade dos seus exércitos para intervir em território nigeriano.

No outro extremo, os vizinhos Mali e Burkina Faso, governados por juntas militares, opõem-se ao uso da força e argumentam que qualquer intervenção no Níger equivaleria a uma declaração de guerra também contra eles.

O Chade, a Guiné-Conacri, a Argélia e Cabo Verde também rejeitaram a intervenção militar, defendendo antes o diálogo.

O golpe de Estado no Níger foi liderado em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente e a suspensão da Constituição.

O Níger tornou-se o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também realizaram golpes de Estado entre 2020 e 2022.


Leia Também: Níger. União Africana apoia CEDEAO após decisão de enviar força militar

Miniro Conte Secretário de Estado da Comunicação Social defende a observância da liberdade da imprensa num Estado de Direito Democrático.


© Radio TV Bantaba

Sanções afetam os meios de subsistência das comunidades fronteiriças entre a Nigéria e o Níger

🇳🇪 🇳🇬 O comércio entre a Nigéria e o Níger foi interrompido devido às sanções impostas na sequência do golpe de Estado em Niamey. Na Nigéria, as autoridades dizem que poderão perder mais de 200 milhões de dólares em exportações. Isto está a causar algumas dificuldades económicas a muitas comunidades na fronteira

Por VOA Português 

Disputa por pedaço de terra em Cumura, sector de Prabis, entre a família Barai e a família Nhaga.

 A família Barai chama a imprensa para apresentar os documentos da sentença do Ministério Público, que prova que a propriedade lhe pertence.

Radio TV Bantaba

Sindicato de Base de Tribunal de Contas, exige demissão do seu presidente Amadu Tidjane Balde.

Tudo começou esta manhã com bloqueio da porta do acesso do edifício de Tribunal de Contas por um grupo de  funcionários, exibindo dístico escrito "TIDJANE RUA, ABAIXO NEPOTISMO E TRIBALISMO".

CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR AO VÍDEO

 Radio TV Bantaba

Secretaria de Estado da Cultura sem edifício próprio e gasta um milhão mensal no pagamento de renda.

 Radio TV Bantaba

#REPORTAGEM: Moradores e Motoqueiros de bairro de DJOLO_GABU-SINHO arredores de Bissau lançam grito do socorro ao novo Governo para melhoramento das vias urbanas e urgente instalação de posto de segurança.



Niamey prepara-se para possível intervenção militar da CEDEAO

 No Níger, alguns residentes de Niamey estão a mobilizar voluntários para apoiarem a Junta em caso de intervenção da militar da CEDEAO.


Por Voaportugues.com

Começa hoje no Centro de Attadamum, a campanha de consulta grátis aos pacientes com patologia de catarata, organizada pela AL BASAR INTERNACIONAL FUNDATION em colaboração com Bureau de DirectAid.

Radio Voz Do Povo

Alemanha quer que UE sancione autores do golpe de Estado no Níger

© Johannes Simon/Getty Images

POR LUSA   17/08/23 

A Alemanha quer que a União Europeia (UE) imponha "sanções" aos autores do golpe de Estado no Níger, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.

"Na sequência da suspensão da cooperação para o desenvolvimento e segurança, queremos introduzir sanções da UE contra os golpistas", escreveu a diplomacia alemã, na rede social X (antigo Twitter).

Nos últimos dias, a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, manteve conversações com a sua homóloga francesa, Catherine Colonna, e com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, entre outros, sobre a questão do Níger, segundo o ministério.

Em visita à Nigéria, a ministra da Cooperação para o Desenvolvimento alemã, Svenja Schulze, manteve "conversações em Abuja para ver a melhor forma de apoiar os esforços da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental]", acrescenta.

"A Alemanha apoia os esforços africanos para resolver a crise no Níger", acrescentou.

Os chefes militares dos países da CEDEAO iniciaram hoje uma reunião de dois dias em Acra, no Gana, para discutir uma eventual intervenção militar na sequência do golpe de Estado no Níger.

A reunião tem lugar após os chefes de Estado e de Governo da CEDEAO terem ordenado, há uma semana, a "ativação" da "força de reserva" do bloco regional, embora também tenham garantido que continuariam a apoiar o diálogo para resolver a crise.

Até ao momento, a junta militar de Niamey ignorou as ameaças e, além de nomear um novo primeiro-ministro, formar um governo de transição, reforçar o seu aparelho militar e fechar o espaço aéreo, avisou que o uso da força será objeto de uma resposta "instantânea" e "enérgica".

Uma eventual ação militar dividiu a região, com os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal a confirmarem claramente a disponibilidade dos seus exércitos para intervir em território nigerino.

Em contrapartida, o Mali e o Burkina Faso -- países também liderados por juntas militares - opõem-se ao uso da força, enquanto a Guiné-Conacri, a Argélia, o Chade e Cabo Verde manifestaram igualmente a sua rejeição e preferência pelo diálogo.

O golpe de Estado no Níger foi conduzido em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria, que anunciou a destituição do Presidente, Mohamed Bazoum, e a suspensão da Constituição.


Leia Também: Níger. Líderes militares da CEDEAO debatem eventual intervenção militar

EUA: Mulher confessa que furou preservativos dos pais em criança. Ganhou irmã... Segredo foi revelado 25 anos depois.

© TikTok

Notícias ao Minuto   17/08/23 

Um mulher norte-americana afirma que é a responsável por ter conseguido ter uma irmã quando era criança, um segredo que manteve durante 25 anos.

Keely conta que era apenas uma criança quando ela e uma amiga abriram a mesa de cabeceira do quarto dos pais.

Lá dentro encontraram uma caixa de preservativos. Quando a amiga lhe explicou para que serviam, Keely pegou numa agulha e furou-os.

No 25.º aniversário da irmã, Keely decidiu fazer a escandalosa revelação, numa publicação que já é viral, e onde recorda que durante anos a mãe se questionou sobre como tinha engravidado, uma vez que tanto ela como o marido "eram muito cuidadosos".

"Mãe, sinto muito. Mas não me arrependo porque hoje temos a Sam", afirma a mulher.

O vídeo fez as delícias dos internautas que dizem agora querer ver a reação dos pais no momento em que lhes é revelada a verdade.


OUSMANE SONKO: Líder da oposição no Senegal nos cuidados intensivos devido a greve de fome

© Getty Images

POR LUSA   17/08/23 

O líder da oposição no Senegal e anunciado candidato presidencial, Ousmane Sonko, deu entrada numa unidade de cuidados intensivos depois de 19 dias em greve de fome em protesto pela sua prisão preventiva em 31 de julho.

"Sonko está numa unidade de cuidados intensivos no Hospital Principal de Dacar, em consequência de um agravamento da sua condição, ontem [quarta-feira] à tarde", disse o Partido do Senegal pelo Trabalho, Ética e Fraternidade (PASTEF), num comunicado citado pela Europa Press.

O PASTEF, dissolvido desde 31 de julho pelo governo senegalês depois de acusado de insurreição, recordou que Sonko está no seu 19.º dia de greve de fome, iniciado para protestar contra a sua detenção.

"O Presidente Macky Sall, o seu ministro da Justiça, o seu ministro do Interior e todos os implicados nesta perseguição desumana, que acabaram de colocar em perigo a vida do líder da oposição, serão plenamente responsáveis por tudo o que ocorra", acrescenta-se no comunicado.

No texto, o PASTEF faz ainda um "apelo aos militantes, simpatizantes e a todo o povo senegalês para que se levante e exija a libertação imediata e incondicional do presidente Sonko, da sua família e de todos os detidos políticos".

No dia 6, o partido já tinha anunciado a hospitalização de urgência de Sonko e tinha responsabilizado Macky Sall e o seu regime.

Sonko foi detido em 28 de julho e encontra-se em prisão preventiva desde 31 de julho, dia em que o Ministério do Interior anunciou igualmente a dissolução do seu partido.

Desde a sua detenção que eclodiram tumultos em Dakar e noutras cidades do país entre as forças policiais e os jovens, que queimaram pneus, montaram barricadas e bloquearam estradas em sinal de protesto.

O popular líder da oposição denunciou a "instrumentalização" da justiça pelo Presidente senegalês, Macky Sall, para o impedir de concorrer às próximas eleições, previstas para 2024. Ousmane Sonko foi condenado em 01 de junho a dois anos de prisão por aliciamento de menores, um veredito que o torna inelegível para se candidatar a eleições, de acordo com os seus advogados e juristas.

Conhecido pelo seu discurso "antissistema", Sonko critica a má governação, a corrupção e o neo-colonialismo francês, e tem muitos seguidores entre a juventude senegalesa.


Leia Também: Autoridades do Senegal "sentem-se ameaçadas" por opositor Sonko

Níger. Líderes militares da CEDEAO debatem eventual intervenção militar

© Ecowas - Cedeao

POR LUSA   17/08/23 

Os chefes de Estado-Maior das Forças Armadas da África Ocidental iniciaram hoje em Acra uma reunião de dois dias para discutir uma possível intervenção militar na sequência do golpe de Estado de 26 de julho no Níger.

"O objetivo da nossa reunião não é simplesmente reagir aos acontecimentos, mas traçar proativamente um caminho que conduza à paz e apoie a estabilidade", disse o chefe do Estado-Maior nigeriano, general Christopher Gwabin Musa, na abertura dos trabalhos dos chefes militares dos países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

"A junta [militar do Níger] está a brincar ao gato e ao rato com a CEDEAO. Devem lembrar-se que desobedeceram à Constituição do seu país, bem como aos instrumentos da CEDEAO, especialmente o Protocolo sobre a Boa Governação, que fala de tolerância zero para golpes militares", afirmou o comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança do bloco, Abdel-Fatau Musah, no início da reunião.

A reunião em Acra surge depois de os chefes de Estado e de Governo do bloco de 15 nações da CEDEAO terem ordenado há uma semana a "ativação" da "força de reserva" da organização, embora tenham também garantido que continuariam a apoiar o diálogo para resolver a crise.

"A nossa sub-região enfrenta novamente crises que pensávamos terem desaparecido (...). A sub-região está a atravessar um dos seus piores momentos quando (...), recentemente, o flagelo dos grupos armados e dos grupos terroristas violentos atingiu a África Ocidental", referiu o ministro da Defesa do Gana, Dominic Nitiwul.

Os chefes de Estado-Maior da Nigéria, do Gana, da Costa do Marfim, do Senegal, do Togo, do Benim, da Serra Leoa, da Libéria e da Gâmbia participam na reunião, enquanto os seus homólogos de Cabo Verde e da Guiné-Bissau estão ausentes.

O Níger não está representado, nem o Burkina Faso, o Mali ou a Guiné-Conacri, países onde também ocorreram golpes de Estado entre 2020 e 2022 e que manifestaram a sua rejeição do uso da força.

Esta é a segunda reunião deste tipo desde o golpe de Estado, depois de os líderes militares se terem reunido no início de agosto em Abuja, a capital nigeriana e sede do bloco regional, onde começaram a elaborar um plano para uma eventual intervenção para "restabelecer a ordem constitucional" no Níger.

Uma eventual ação militar está a dividir os países da região, com os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal a confirmarem claramente a disponibilidade dos seus exércitos para intervir no Níger.

Em contrapartida, o Mali e o Burkina Faso -- países também liderados por juntas militares - opõem-se ao uso da força, enquanto a Guiné-Conacri, a Argélia, o Chade e Cabo Verde manifestaram igualmente a sua rejeição e preferência pelo diálogo.

Até agora, a junta militar golpista de Niamey ignorou as ameaças e, além de nomear um novo primeiro-ministro, formar um governo de transição, reforçar o seu aparelho militar e fechar o espaço aéreo, avisou que o uso da força terá uma resposta "imediata" e "enérgica".

O golpe de Estado no Níger foi liderado em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente, Mohamed Bazoum, e a suspensão da Constituição.

O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser governado por uma junta militar.


Leia Também: Níger. Ataques no sudoeste fizeram pelo menos 31 mortos entre os civis

We’ve Enough Military Resources To Counter Niger’s Junta – ECOWAS

Source: Native Reporters

The ECOWAS Commissioner for Political Affairs, Peace, and Security, Abdel-Fatau Musah, has emphatically defended the regional body’s stance on military intervention in Niger.

In response to calls urging a revocation of the decision for military action, Musah described such appeals as unjustifiable.

Addressing the Extraordinary Meeting of the ECOWAS Committee of Chiefs of Defence Staff convened in Accra, Ambassador Musah underscored the gravity of the situation in Niger.

The meeting is aimed to strategically outline an intervention plan for Niger, pending approval from ECOWAS leaders.

Ambassador Musah affirmed that if ongoing diplomatic dialogues fail to yield results, the standby force is prepared to act decisively. He added that the regional body’s commitment to maintaining peace and stability within Niger remains unwavering.

Highlighting the paramount importance of democratic governance, Ambassador Musah emphasized that all available strategies will be harnessed to facilitate Niger’s return to its rightful democratic path.

“Let no one be in doubt that if everything fails, the valiant forces of West Africa, both the Military and Civilian components are ready to answer the call of duty. Your valiance has been demonstrated time and time again,” Ambassador Musah said.

He added that “by all means available constitutional order will be restored in the country.”

Native Reporters


Níger. Ataques no sudoeste fizeram pelo menos 31 mortos entre os civis

© -/AFP via Getty Images

POR  LUSA   17/08/23 

Pelo menos 31 civis morreram na sequência de uma série de ataques atribuídos ao grupo extremista Estado Islâmico do Grande Saara em várias aldeias no sudoeste do Níger, palco de recentes confrontos com as forças de segurança.

De acordo com o portal de notícias Actuniger, citado pela agência de notícias Europa Press, os homens armados do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) invadiram as aldeias de Tomare, Issile, Gaberi e Kodogoria, nos municípios de Dessa e Mehanna, em Tillabéri, provocando a morte de 31 civis, durante a tarde de terça-feira.

No mesmo dia, um grupo de homens armados atacou uma patrulha do exército entre Torodi e Boni, também em Tillabéri, matando pelo menos 17 soldados e ferindo outros 20, enquanto cerca de 100 terroristas foram mortos, de acordo com o Ministério da Defesa.

Nas últimas semanas, a região de Tillabéri, situada na zona das três fronteiras - Mali, Burkina Faso e Benim - tem sofrido um aumento da insegurança, com ataques aleatórios contra militares e civis, agravando a crise política que se avoluma desde o golpe de Estado de 26 de julho.

A União Europeia e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenaram o ataque, apelando à junta para devolver o poder ao Presidente deposto, Mohamed Bazoum.

Todos os esforços devem estar concentrados na manutenção da segurança do país, "que se tornou mais frágil desde a tentativa de golpe", disse a CEDEAO.

No Twitter, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, também criticou o ataque, escrevendo que "a UE condena veementemente os ataques perpetrados por grupos armados que causaram a morte de pelo menos 17 soldados nigerinos".

Borrell acrescentou que o "restabelecimento da ordem constitucional" é a "única maneira de restabelecer a segurança de um país muito enfraquecido por uma tentativa de golpe de Estado".

O Níger enfrenta uma situação cada vez mais precária, com a instabilidade político-social a agravar a de segurança, uma vez que há milícias que são ramificações de grupos extremistas como o Estado Islâmico e a Al-Qaida.

O país é o quarto na África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.



Leia Também: Níger. UE condena ataque de milicianos que matou 17 militares