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POR LUSA 28/08/23
As Nações Unidas pediram hoje à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que inclua "isenções humanitárias" nos pacotes de sanções contra a junta militar do Níger, por considerar "urgente" continuar a distribuir bens essenciais.
Numa mensagem aos doadores, o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) alertou que a maioria dos parceiros com presença no terreno "têm recursos limitados" e temem uma "interrupção total" da ajuda, depois do encerramento das fronteiras na chegada de alimentos e medicamentos.
Além disso, este encerramento conduziu a um aumento dos preços de produtos de base, como os cereais, alertou a ONU, que pede que se tente evitar os efeitos colaterais da crise política sobre a população.
Cerca de 4,3 milhões de pessoas, ou 17% da população, já deverão necessitar de assistência humanitária este ano no Níger, um país que, antes do início da crise provocado pelo golpe militar, já acolhia 400.000 deslocados internos e 250.000 refugiados.
Mais de 3,3 milhões de cidadãos estão em situação de insegurança alimentar grave, embora o pico de casos seja esperado no terceiro trimestre, quando os efeitos da estação seca e das últimas inundações se fazem sentir plenamente.
O OCHA teme que a situação desencadeada após o golpe contra o Governo de Mohamed Bazum agrave a situação, de modo a atingir até 7,3 milhões de pessoas, pelo que apelam à mobilização de doadores "para que os atores humanitários possam salvar vidas".
As organizações de ajuda humanitária precisam de mais de 355 milhões de dólares (cerca de 330 milhões de euros) para garantir a distribuição da ajuda, mas até meados de agosto tinham recebido menos de 35% desse montante.
O golpe de Estado no Níger, em 26 de julho, foi liderado promovido pelo autodenominado Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente e a suspensão da Constituição.
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