Por Ditaduraeconsenso.blogspot.com, 26 de março de 2023
Eis o “KUMUS”, a primeira obra literária de Domingos Simões Pereira, com a chancela da Nimba Edições, prefácio de Mário Máximo, concepção gráfica de Edson Pereira e coordenação editorial de Luís Vicente.
(…) “KUMUS” é sentido pelo autor como um romance de aventura. E a verdade é a de que a vida da Guiné-Bissau nada mais tem sido do que aventura. O presente romance começa nos tempos idos dos anos cinquenta do século XX. Tempo em que os dois personagens principais nascem para a realidade de uma pátria cheia de tradições, dividida por etnias, separada por habitantes do campo e habitantes da cidade e subjugada a um poder colonial. Um poder que era europeu e de cor. Um poder de ascendência do homem branco sobre o homem negro. Mas o facto é que, mesmo sob um regime opressor, os homens e as mulheres e de entre eles, os mais jovens, têm sonhos, ansiedades e querem desbravar futuros. É precisamente esse desiderato que Homi e Kambanó perseguem. Cada um, trilha o seu caminho. Um caminho próprio influenciado por duas forças: a força das tradições da família e a vontade de encontrar, inovando, futuros de diferentes contornos. As mudanças radicais motivadas pela luta anticolonial, em primeiro lugar e, depois, em segundo lugar, motivadas pelas oportunidades franquiadas pela independência da Guiné-Bissau constituem fatores de mutação e aprendi- zagem constantes. Os jovens percebem que é possível chegar tão longe quanto chegam os outros povos ou, até, talvez mais longe".
“KUMUS” termina com dois discursos, perante uma assembleia de cidadãos. Discursos de homens que foram jovens e trilharam caminhos comuns, sentindo os mesmos sonhos. Jovens que, depois, pela força das coisas, isto é, pela força dos contextos e das incidências da vida, seguiram caminhos diversos, na procura de se realizarem pessoalmente e de desbravarem um destino. E tornaram-se homens.
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