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Por LUSA 16/11/22
A maioria dos membros do G20 "condenou veementemente a guerra na Ucrânia" e salientou as devastadoras consequências humanas e económicas globais do conflito, segundo a declaração conjunta divulgada, esta quarta-feira, no final da cimeira de Bali.
Na cimeira na ilha indonésia, houve "outras posições" sobre a situação na Ucrânia, admitiram as 20 maiores economias do mundo na declaração, de acordo com a agência espanhola EFE.
Reconheceram também que o G20 não é o fórum mais apropriado para resolver questões de segurança e afirmaram que o tempo atual "não deve ser uma era de guerra".
O G20 considerou igualmente que a "utilização ou ameaça de utilização de armas nucleares é inaceitável", segundo a agência francesa AFP.
"A resolução pacífica dos conflitos e os esforços para enfrentar as crises, juntamente com a diplomacia e o diálogo, são vitais", lê-se na declaração.
No comunicado conjunto, o G20 disse ser necessário "defender o direito internacional" e "salvaguardar a paz e a estabilidade", incluindo os princípios humanitários e a proteção de civis e infraestruturas em conflitos armados.
A Rússia, que é um dos membros do G20, juntamente com Estados Unidos, China e União Europeia, tem sido acusada pela Ucrânia de atacar civis e infraestruturas vitais de energia.
O G20 referiu-se igualmente ao "imenso sofrimento humano" e aos problemas globais causados pela guerra em termos de abastecimento energético, segurança alimentar e riscos de instabilidade financeira.
O texto, segundo a EFE, foi aprovado após árduas negociações, principalmente devido à relutância da Rússia.
Na cimeira da Ásia Oriental, realizada no Camboja, no domingo, a Rússia impediu a aprovação de uma declaração final por discordar dos termos em que era referida a guerra na Ucrânia.
Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, nenhuma reunião ministerial do G20 conseguiu aprovar um documento de consenso devido a diferenças sobre a inclusão de referências ao conflito e em que termos.
A declaração aprovada hoje pelo G20 utiliza linguagem semelhante à da resolução da Assembleia Geral da ONU contra a invasão aprovada em março.
Nesse texto, a ONU deplorava "nos termos mais fortes a agressão da Rússia contra a Ucrânia" e apelava para "uma retirada incondicional" das tropas russas do território do país vizinho.
A Rússia refere-se oficialmente à sua invasão da Ucrânia como uma "operação militar especial", o que tem dificultado a utilização do termo "guerra" em declarações multilaterais acordadas em qualquer fórum internacional.
O líder russo, Vladimir Putin, não participou na cimeira alegando problemas de agenda e a necessidade de permanecer na Rússia, tendo sido representado no primeiro dia de trabalhos pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov
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