sábado, 1 de outubro de 2022

SAÚDE PÚBLICA - Crimes de corrupção: PJ DETEVE O INSPETOR GERAL DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PÚBLICA

 JORNAL ODEMOCRATA  01/10/2022  

A Polícia Judiciária da Guiné-Bissau (PJ) desencadeou uma operação “HIGIA” de investigação sobre a emissão de licenças falsas às farmácias que culminou com a detenção do Inspetor Geral do Ministério da Saúde Pública e do Presidente da Autoridade Reguladora das Farmácias.

Os dois altos funcionários detidos na sexta-feira, 30 de setembro de 2022, são acusados dos crimes de falsificação de licenças de farmácias, de corrupção e peculato.

Uma fonte do jornal O Democrata junto daquela corporação da polícia de investigação criminal revelou que mais de 95 por cento das farmácias que operam nas regiões detêm licenças falsas.

“Algumas farmácias estão envolvidas no contrabando de medicamentos em conluio com altos funcionários do ministério da Saúde Pública. Usam técnicas de distribuidores grossistas que detém licenças de importação dos medicamentos, mas importam medicamentos a partir da Guiné-Conacri sem nenhuma supervisão ou controlo” revelou, para de seguida avançar que algumas farmácias encerradas dedicam-se à introdução destes medicamentos falsos no mercado nacional.

Sobre os suspeitos detidos, a fonte explicou que os dois altos funcionários estão a ser acusados de crimes de falsificação de documentos, peculato e corrupção.

“Cada um destes funcionários forjavam as licenças. Por exemplo, no caso do presidente da autoridade reguladora, ele emitia as licenças para si mesmo, para depois alugá-las aos proprietários das farmácias que pagavam uma avença mensal em dinheiro”, revelou.

Avançou que alguns funcionários emitem licenças em seus nomes ou em nome das suas esposas e filhos, que depois alugam para os donos das farmácias.

“Vimos assinaturas falsas do antigo ministro da Saúde, António Deuna, nas licenças emitidas. Emitem também licenças para importadores, grossistas e distribuidores de medicamentos que não são das suas competências”, contou.

A fonte assegurou ao O Democrata que até ao momento apenas dois altos funcionários estão detidos, no âmbito da operação “HIGIA”. Enfatizou que nenhum dos proprietários das farmácias está detido, avançando que a investigação prosseguem seu curso um pouco por todo o país.

Por: Assana Sambú

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