6 de Abril 2022
O ACESSO A UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL CONTINUA A SER UM DESAFIO PARA A MAIORIA DAS PESSOAS NA GUINÉ-BISSAU- REVELA NOVO RELATÓRIO
BISSAU – Quase três quartos da população (68%) da Guiné-Bissau não tem acesso a uma dieta saudável, com um custo estimado de 2.234 francos CFA (4,00 USD) para um agregado familiar médio de sete pessoas, de acordo com a análise nutricional liderada pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) “Mitigar a Falta de Nutrientes”, divulgado hoje em Bissau, num encontro de alto nível, organizado em parceria com o Ministério da Saúde Pública.
A análise “Mitigar a falta de Nutrientes” examina a situação nutricional na Guiné-Bissau e identifica as barreiras enfrentadas pela população mais vulnerável no acesso e consumo de alimentos saudáveis e nutritivos.
O custo mais elevado para uma dieta saudável foi registado na região leste (2.660 francos CFA por dia), seguido de Bissau urbano (2.220 francos CFA por dia), região norte (2.025 francos CFA por dia), e região sul (1.880 francos CFA por dia).
“O momento é oportuno e necessário para nós, enquanto parceiros do governo da Guiné-Bissau na luta pela erradicação da fome, relançarmos o debate em torno dos caminhos que devemos seguir em conjunto para garantirmos a soberania e a segurança alimentar do país”, avançou Papa Fal, representante interino do Programa Alimentar Mundial na Guiné-Bissau.
“Os preços dos alimentos e combustíveis internacionais têm aumentado acentuadamente desde o início do conflito na Ucrânia. Isso já está a afetar os preços locais dos alimentos e, por conseguinte, o acesso aos alimentos. Esse é um alerta de que precisamos agir”, acrescentou.
Para além de identificar os desafios nutricionais, a análise “Mitigar a Falta de Nutrientes” oferece recomendações sobre as soluções mais adequadas, específicas ou sensíveis à nutrição em cada contexto, para melhorar a segurança alimentar e a nutrição.
Os resultados da análise indicam que existem oportunidades no país para aumentar a disponibilidade de alimentos nutritivos, diversificando a produção e desenvolvendo a indústria pesqueira. Igualmente, a soberania alimentar poderia ser reforçada através da melhoria dos rendimentos das culturas, reduzindo assim a dependência das importações de arroz.
“Tendo em conta os estudos divulgados recentemente pelo Ministério da Saúde através da Direção de Serviço Nacional de Alimentação e Nutrição, junto com os da Ação Ianda Guiné! Kume Dritu, implementado pelo PAM e financiado pela União Europeia, a maioria da população da Guiné-Bissau está no limite da segurança alimentar, o que quer dizer que se não forem tomadas medidas adicionais numa perspetiva de conjugação de sinergias entre várias instituições governamentais e parceiros vocacionados, continuaremos a receber dados poucos encorajadores relacionados à matéria”, disse o Secretário-geral do Ministério da Saúde Pública, em representação do Ministro.
O encontro de alto nível em Bissau acontece dois dias após um ateliê nacional de divulgação dos resultados, onde foram também apresentadas as recomendações regionais recolhidas em Cacheu, Gabu, e Quinara, de 29 a 31 de Março.
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O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas é a maior agência humanitária do mundo, salvamos vidas em emergências e, através da assistência alimentar, contribuímos para a paz, estabilidade e prosperidade das pessoas que recuperam de conflitos, de desastres e do impacto das alterações climáticas.
O Ministério da Saúde Pública é responsável pela garantia de acesso a serviços de saúde para toda população do território guineense, assegurar a prestação dos cuidados de saúde de qualidade a crianças e grávidas.
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