Rádio Jovem Bissau
A directora nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), Helena Nosolini Embaló, afirmou que a Guiné-Bissau é o Estado da União Económica e Monetária do Oeste Africano (UEMOA) com a taxa de "incumprimento" mais elevada e acima da média comunitária.
"Uma das principais vulnerabilidades do nosso sector é o nível do incumprimento e do crédito mal parado. Somos o país da UEMOA com as taxas de incumprimento mais elevadas e acima da média comunitária", declarou Helena Nosolini Embaló.
Nosolini Embaló falava ontem na abertura da segunda Jornada Banca e Justiça, organizada pela Associação Profissional de Bancos e Estabelecimentos Financeiros do país (APBEF), sob lema: "As conquistas e os desafios de cobranças e recuperações de créditos".
Essa iniciativa justifica-se pela necessidade e importância de se criar um melhor ambiente de colaboração entre a classe judicial e as instituições de crédito da Guiné-Bissau.
Neste sentido, a directora nacional do BCEAO sublinhou que o Estado, através dos Ministérios do Interior e da Justiça, tem a responsabilidade acrescida para regular o sistema financeiro do país.
"Primeiro o Estado pode diligenciar, no âmbito das execuções forçadas, a força pública sempre que é requerida com prontidão e segundo pode actuar na operacionalização dos actos da Organização para a Harmonização do Direito dos Negócios em África (OHADA) aplicáveis e sobretudo valorizar e formar os funcionários judicias e agente auxiliar da justiça para que estes possam ter as competências necessárias e actualizadas para o exercício da sua função", disse.
Segundo a explicação de Embaló, constitui para a instituição que dirige uma preocupação contribuir para melhorar os níveis dos conhecimentos e da prática do direito bancário.
Nesta senda, disse Helena Embalo, os magistrados nacionais são convidados periodicamente em participar nos seminários organizados pelo BCEAO sobre as regras e funcionamento da UEMOA e a legislação comunitária e bancaria.
A directora nacional do BCEAO acrescenta ainda que a instituição lançou importantes iniciativas que contribuem para minimizar e priorizar os níveis dos créditos mal parados.
A APBEF julga urgente e útil facilitar a parceria justiça/banca, de forma a melhorar e aprofundar as relações entre as duas instituições em prol do desenvolvimento económico do país.
O evento que termina hoje tem como objectivo principal criar um espaço propício a comunicação entre as duas partes.
Um fórum que favoreça a troca de ideias e partilha de experiencias e de "know how".
A Abertura dos trabalhos num dos hotéis, em Bissau, foi presidida pelo vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Lima André.
Por: Alison Cabral
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