A Polícia Judiciária guineense (PJ) deteve na semana passada três agentes da divisão de investigação criminal da Polícia da Ordem Pública (POP), colocados no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, pelo sequestro de um cidadão luso-guineense “correio de droga”, que transportava algumas cápsulas de cocaína ingeridas no estômago para Lisboa (Portugal). Os agentes da POP envolvidos no sequestro tratam-se de: Bias Queda, Pio Cabral de Oliveira e Sene Bacar Biai, que atualmente estão detidos nas celas da prisão daquela corporação policial da investigação criminal junto do mercado de Bandim.
Segundo uma fonte do jornal O Democrata junta da PJ, os agentes descobriram que o jovem ingeriu as cápsulas e detiveram-no sem apresentá-lo aos agentes da PJ, entidade competente para lidar com a matéria do género, e decidiram sequestrá-lo e levá-lo para um aparthotel sito entre Bairro Militar e São Paulo, com o intuito de obrigá-lo a expulsar as cápsulas. Os agentes da POP, de acordo com a fonte, sequestraram o jovem traficante quase 48 horas e roubaram-lhe as cápsulas que havia ingerido. A fonte frisou que para além do sequestro, o suspeito foi levado pelos agentes da POP até à sua residência para buscar as cápsulas remanescentes.
O Democrata soube que quando foi interceptado pelos agentes da divisão de investigação criminal da POP, o jovem traficante estava com mais de setecentas (700) gramas de cocaína. Os três agentes da POP que sequestraram o traficante e apoderaram-se da sua droga não aplicaram o procedimento que prevê a imediata notificação dos serviços da Polícia Judiciária encarregue de recolher as drogas apreendidas e deter os suspeitos, disse o confidente do jornal O Democrata’.
A fonte informa ainda que depois de os superiores hierárquicos dos três agentes suspeitos no sequestro terem tomado conhecimento do procedimento, obrigaram-lhes imediatamente a entregar toda a droga, o jovem traficante e todas as suas pertenças à Polícia Judiciária. Mas a PJ revelou que os três agentes teriam entregue apenas 50 cápsulas à PJ, e mais tarde através de uma investigação, a PJ descobriu que o luso-guineense estaria a transportar mais de 700 gramas de cocaína naquele dia e que os três agentes não devolveram todas as cápsulas recuperadas do jovem, como também foram até à casa do traficante para buscar remanescentes ou as cápsulas que teria deixado em casa para o próximo carregamento. Na sequência dessa investigação, a PJ decidiu detiver os três agentes da POP.
Segundo a fonte, os três agentes já foram apresentados ao Juiz da Instrução Criminal para declarar a prisão preventiva.
Por: Assana Sambú
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