O diretor Administrativo e Financeiro (DAF) do Ministério da Saúde Pública, Samba Baldé, é apontado como o suposto autor de uma operação, de junho de 2020, que terá resultado num alegado desvio de 50 milhões de Francos CFA, das contas da ONG inglesa, que opera no país, Sightsaveres, sem o conhecimento da organização, que atua no setor sanitário guineense.
A informação foi revelada ao Capital News, por uma fontes do Ministério da Saúde Pública, próximas do caso. As confidentes do CNEWS explicaram que tudo terá começado no reinado do agora demitido ministro da saúde, António Deuna, depois de este ter ordenado a mudança das assinaturas junto a um dos bancos comerciais de Bissau, dando poderes de assinatura, a Samba Baldé e a duas outras pessoas ligadas ao Ministério.
A situação terá levado a ONG Sightsaveres a suspender, temporariamente, as suas atividades na Guiné-Bissau, mas viria a retomar os seus serviços nos finais de 2020, com a assinatura direta, desde então, da sua conta, sem o envolvimento de nenhum técnico do Ministério da Saúde Pública.
A justificação da operação dos 50 milhões era idêntica a da região de Batatá, que resultou em levantamento de 100 milhões de Francos CFA, nas estruturas sanitárias locais, ou seja, “a titulo devolutivo”. O fundo tirado das contas da Sightsaverese seria destinado para o pagamento do pessoal menor do Ministério da Saúde Pública, dizem as fontes contactadas pelo Capital News.
De acordo com as fontes do CNEWS, a ONG inglesa atua em 11 regiões sanitárias da Guiné-Bissau, em apoio ao Ministério da Saúde Pública, para a eliminação de doenças tropicais negligenciadas, entre as quais Tracoma, Flariose Linfáticos, Schistosoma e Geohelmintiasis.
O DAF do Ministério da Saúde Pública encontra-se ainda em prisão preventiva, mas no âmbito do Processo sobre o levantamento dos 100 milhões de Francos CFA, das contas bancárias de vários centros de saúde da região de Bafatá, no leste do país.
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