quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

DEPUTADO AGNELO REGALA PEDE DEMISSÃO DO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA


O deputado da bancada parlamentar da União para Mudança, Agnelo Augusto Regala, pediu esta quarta-feira, 06 de janeiro de 2021, ao chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, para demitir das suas funções o Procurador-Geral da República, Fernando Gomes, por ter enganado a sociedade guineense com informações falsas sobre o mandado de captura internacional contra Domingos Simões Pereira.

Na sequência das declarações do chefe de Estado da Guiné-Conacri, Alpha Condé, reproduzidas pelo líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, o Procurador-Geral da República informou que teria emitido um mandado de captura internacional contra o presidente do PAIGC, uma notícia já desmentida pela Interpol, tendo sido também demitido e nomeado novo diretor nacional da Interpol.

Na altura, Domingos Simões Pereira criticou a forma como Sissoco Embaló decidiu lidar com as “acusações graves” do país vizinho, tendo dito que “não respondia às acusações  de tentativa de desestabilizar a Guiné-Conacri porque  não reconhecia  a legitimidade de Alpha Condé, porque este pretendia um terceiro mandato”.

Agnelo Augusto Regala falava durante no período antes da ordem do dia da sessão plenária desta quarta-feira, na qual considerou “vergonhosas as perseguições políticas e justiça seletiva que neste momento se verifica no país”.

O deputado da União para a Mudança disse que quando o Procurador-Geral da República induz o Presidente da República em erro, ao ponto de dizer que emitiu um mandato de captura internacional contra o cidadão Domingos Simões Pereira “é extremamente grave”, conjugado com outro processo forjado contra o cidadão Aristides Gomes.

“Se na verdade queremos paz e estabilidade no país, devemos deixar de fazer justiça seletiva. Por estas razões, condenamos a situação e apelamos ao Presidente da República que tome uma atitude clara sobre essa matéria, demitindo o Procurador-Geral da República das suas funções”, reforçou.

Por seu lado, a deputada da bancada parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Maria Odete Costa Semedo, disse que tiveram a informação, através da comunicação social, que o atual primeiro-ministro foi indiciado pela Polícia Judiciária, no caso das madeiras, assim espera que essa situação seja resolvida, porque “o povo precisa de esclarecimentos sobre esse assunto”.

Odete Semedo disse ter informação de carpinteiros, em algumas localidades da capital, que estão a batalhar diariamente para conseguir o sustento cujos lotes de madeira foram apreendidos “indiscriminadamente a mando do atual governo”. Revelou na sua comunicação que até ao momento os carpinteiros não sabem do paradeiro das madeiras apreendidas e insta a Comissão Especializada para Áreas do Comércio a trabalhar nessa matéria.

“Queremos também falar da história do mandado de captura internacional sobre o cidadão Domingos Simões Pereira. Quando alguém está no poder e utiliza esse poder para pisar outras pessoas, isso não é bom para o funcionamento de Estado. Existe um grupo de pessoas indicadas para serem perseguidas, mas o PAIGC nunca se cansará de lutar para que haja uma verdadeira justiça. Depois da vergonha sobre o mandato de captura internacional, assiste-se agora à exoneração e nomeação, com uma agenda definida, para perseguir algumas individualidades no país”, sublinhou.

Enquanto isso, Martina Muniz, da bancada parlamentar do Partido da Renovação Social (PRS), defendeu que os sindicatos em greve devem ponderar mais e dar a oportunidade ao atual executivo para resolver as suas reivindicações. Martina Muniz pediu aos sindicatos dos professores para não aderirem à greve, porque as escolas públicas não funcionaram durante dois anos e que o primeiro trimestre do presente ano letivo já terminou.

“Não há necessidade de os professores aderirem à greve, porque nem todos os pais e encarregados terão condições de pagar a escola dos filhos nas escolas privadas”, alertou.

O democrata//

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